Já o Inverno, espremendo as cãs nervosas, 
Geme, de horrendas nuvens carregado; 
Luz o aéreo fuzil, e o mar inchado 
Investe ao Pólo em serras escumosas;
Oh benignas manhãs! Tardes saudosas, 
Em que folga o pastor, medrando o gado, 
Em que brincam no ervoso e fértil prado 
Ninfas e Amores, Zéfiros e Rosas!
Voltai, retrocedei, formosos dias; 
Ou antes vem, vem tu, doce beleza 
Que noutros campos mil prazeres crias;
E ao ver-te sentirá minh'alma acesa 
Os perfumes, o encanto, as alegrias 
Da estação, que remoça a Natureza.
Bocage
 
 
 
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