Fiquei chocado esta semana ao
me deparar com a notícia documentada em vídeo sobre uma rotina policial, aqui
no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro da Lapa.
Digo chocado, porque a cena realmente
nos coloca para pensar sobre este assunto e nos remete à fragilidade do
cotidiano que estamos vivendo.
Chegamos a um ponto tão alto
de irresponsabilidade, que até aqueles que são pagos pela sociedade para protegê-la,
são irresponsáveis consigo mesmo, com a sua própria vida.
Eu nunca imaginei de ver algo
semelhante e, por um triz, não presenciei via filme um assassinato com uma
altíssima dose de sangue frio.
Já de algum tempo, nas pouquíssimas vezes em que assisto a telejornais e suas reportagens sobre criminalidade, apesar de ser leigo neste aspecto e sem a menor vontade de me tornar um expert, sempre comparei a "tomada de um morro", em pleno século 21, à tomada de castelos na idade média, quando os guerreiros subiam as muralhas apanhando na cabeça uma chuva de flechas, bolas de fogo e pedras, vindas de cima, naturalmente.
As imagens dos batalhões
subindo as vielas dos morros, sem capacete especial e algumas vezes em mangas
de camisa, sem roupa especial para essas incursões e levando uma chuva de balas
de alto calibre, é simplesmente de arrepiar.
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Fotos: AFP/France24
|
Está tudo errado, pois hoje a
polícia está aparelhada com helicópteros, drones e mais uma parafernália de
equipamentos de última geração, para que ao invés de subir as vielas, ela desça
caçando os delinquentes.
É elementar e nada justifica
que soldados sejam sacrificados dessa forma medieval.
Voltando ao caso da Lapa, é
indescritível como o soldado faz a abordagem a um dos suspeitos.
Tive oportunidade de ver
ocasionalmente algumas abordagens da polícia americana em ruas de Los Angeles
ou Nova Iorque e presenciei uma abordagem cuidadosa, com a retirada de objetos
pessoais sob a mira de uma segunda arma e o suspeito mantido à distância,
quando em casos mais graves, deitados no chão e imobilizados.
A vida deste policial, que não
tem um treinamento adequado, diga-se de passagem, esteve por um fio e só não a
perdeu, porque a arma do bandido travou.
Foi um verdadeiro milagre
registrado em vídeo, também o retrato de uma crise de tudo que nos assola.
Como é que estes bravos
soldados, que além de não serem convenientemente remunerados, não terem um
treinamento moderno e à altura dos armamentos pesados usados pelo banditismo,
em um momento de crise podem defender a sociedade para a qual trabalham?
Título e Texto: José Manuel -
espectador e cada vez mais pasmo, 27-04-2014
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