Sobranceiro ao poder e às
leis da sorte,
Amor ouviu meus ais,
cumpriu meu gosto:
Já, já sinto nos olhos,
peito e rosto
A névoa, as ânsias, o
suor da morte:
À terra mão piedosa me
transporte,
E depois que em sepulcro
mal composto
Der ao frio cadáver frio
encosto,
Estes versos, por dó, na
pedra corte:
“Aqui se esconde Elmano;
alegre estado
Algum tempo deveu a amiga
estrela:
Foi de Armia amador, de
Armia amado:
Desuniu duro caso o
triste e a bela;
Viver sem ela lhe
ordenava o Fado;
Quis antes o infeliz morrer
por ela.”
Bocage
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