domingo, 20 de abril de 2014

Ditado para a campa

Sobranceiro ao poder e às leis da sorte,
Amor ouviu meus ais, cumpriu meu gosto:
Já, já sinto nos olhos, peito e rosto
A névoa, as ânsias, o suor da morte:

À terra mão piedosa me transporte,
E depois que em sepulcro mal composto
Der ao frio cadáver frio encosto,
Estes versos, por dó, na pedra corte:

“Aqui se esconde Elmano; alegre estado
Algum tempo deveu a amiga estrela:
Foi de Armia amador, de Armia amado:

Desuniu duro caso o triste e a bela;
Viver sem ela lhe ordenava o Fado;
Quis antes o infeliz morrer por ela.”

Bocage

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