Hoje, 26-04-2014, reportagem
da Folha de São Paulo, no caderno de Economia e Mercado, nos trás a notícia de
que o governo está preparando um pacote de socorro às montadoras, na busca para
aumentar as vendas do setor.
Pois é, governo, nós, do
comércio varejista, estamos desde 2010 sofrendo forte retração em nossas
vendas, por conta da liberação de crédito pessoal fácil, câmbio artificial e
eleitoralmente reprimido, mantendo a cotação do dólar em baixa, permitindo que
cada vez mais os brasileiros se aventurem a viajar ao exterior.
Como resultado, esta semana
tivemos a notícia de que só no mês de março, os brasileiros gastaram no exterior
um bilhão e oitocentos milhões de dólares, equivalente a quatro bilhões de
reais.
O próprio banco Central estima
o rombo na balança comercial em US$ oitenta bilhões, coisa para nós em termos
de R$ 170 bilhões, ao longo do ano de 2014.
Não vamos aguentar o tranco,
pois desde janeiro não conseguimos alavancar as vendas, não conseguimos gerar
empregos, os feriados a que o comércio está exposto são em número absurdo e nem
as promoções e liquidações que fazemos conseguem sensibilizar os clientes.
Junho, por exemplo, com o
evento da Copa, será um mês perdido para o comércio varejista, pois o déficit
da balança comercial nos mostra isso e não acreditamos que o movimento de
turismo nessa época vá superar todos os problemas atuais, principalmente nas
capitais onde não haverá jogos.
Por sua vez, os brasileiros
descobriram que nos grandes centros de compras como Nova Iorque ou Miami,
encontram produtos melhores do que os nacionais, mais diversidade de design, com um preço, no mínimo, 50%
mais barato. É uma realidade conhecida e constatada por mim que viajei ao
exterior e a trabalho durante 32 anos. Lá, por exemplo, a filosofia de que
vender muito, por preço baixo, no final equilibra e gera grandes negócios, é
levada bastante a sério.
Em Paris, por muitos anos
considerada a cidade mais cara do planeta, hoje se faz uma refeição por um
preço mais barato do que no Rio ou São Paulo.
No exterior, além da carga
tributária ser menor e, no mínimo, melhor distribuída, o varejo é melhor
tratado, até em sua proteção social como gerador de negócios e trabalho.
Para piorar o quadro a que
estamos submetidos, a violência urbana aumenta radicalmente a cada dia,
deixando os comerciantes e clientes cada vez mais temerosos por sua
sobrevivência.
Os impostos a que estamos
submetidos, agora estão acompanhados de uma sentença de morte chamada
substituição tributária, idealizada por pessoas completamente sem qualificação,
ao trabalhar com tributos e suas consequências.
E desde janeiro, o que só
fazemos é pagar cada vez mais impostos, sem que haja um retorno eficaz às
nossas despesas cotidianas.
No entorno de nosso negócio,
cada dia que passa temos conhecimento de estabelecimentos que estão para fechar
as portas, porque o somatório dos impostos, vendas deficientes e aluguéis fora
de propósito os levam a essa trágica solução.
O que será que o governo
deseja?
Que caiamos na informalidade?
Possivelmente esse será o nosso destino, porque as portas dos créditos oficiais
estão sempre fechadas para nós. Ao tentar solicitar algum tipo de crédito em
órgãos como BNDES, Caixa ou Banco do Brasil, os critérios para obtenção de
crédito como capital de giro, são complicadíssimos, além das exigências serem
praticamente impossíveis de cumprir.
Então, governo, como você
encontra solução para tudo e o está demostrando agora com relação às
montadoras, socorra também este setor vital para a sua economia, pois nós somos
a locomotiva que mais gera empregos aqui no Brasil.
SOCORRO!
Título e Texto: José Manuel – Mentor intelectual e
fundador do Pólo Comercial em Santa Rosa – Niterói – RJ, 26-04-2014
O nosso (des)governo tem rabo preso com as montadoras, elas financiam campanhas eleitorais, logo, são os únicos beneficiados.
ResponderExcluirParece que só existem empresas automobilísticas em nosso país.