
“Começaram”, dizia eu. Estavam
com duas motocicletas. Um portava uma espingarda calibre 12 e o outro fez
gestos de que estaria com uma arma na cintura. Nesse exato momento, chegou de
surpresa o dono da padaria — que tinha porte de arma — e começou a atirar. Os
bandidos fugiram. Um deles abandonou a motocicleta, com placa de que já tinha
queixa de furto na delegacia de Três Barras do Paraná.
Os assaltantes que estavam na
outra motocicleta seguiram em direção ao Jardim Colina Verde. Um boletim de
ocorrência foi registrado. Essa foi a sexta vez que o estabelecimento foi
assaltado.
Um exemplo pequeno, mas real
da eficácia da iniciativa particular em termos de legítima
defesa. Fora com o desarmamento generalizado e irrefletido! Tão belamente
derrotado no plebiscito anos atrás!
Existe um princípio da
sociologia católica pelo qual cada homem deve fazer por si tudo quanto
ele pode fazer e deve procurar bastar-se a si próprio. Princípio que
representa o contrário do Estado-moloch, omnisciente, omnipresente e
onipotente, que quer saber tudo, controlar tudo e, obviamente, taxar tudo.
Princípio que o Papa Pio XI consagrou na Encíclica Quadragesimo Anno e
que foi incorporado à Doutrina Social católica. É o princípio de
subsidiariedade, pelo qual o Estado só deve entrar quando se torna
indispensável.
Um interessante exemplo atual
de aplicação deste princípio vamos encontrar hoje na existência e no
crescimento do fenômeno home school (escola no lar) nos
Estados Unidos, pois no que as famílias podem fazer por si mesmas em matéria de
educação, o Estado não deve interferir. É a ideia que está subjacente a esse
fenômeno: as próprias famílias promovem a educação de suas crianças, no próprio
lar. (*)
Há muitas famílias que
desejariam o mesmo para o Brasil. Fazem provas em sua própria casa com
gabaritos estatais, e tiram sempre melhores notas que os que estudam em
estabelecimentos do Estado.
Conta-se que São Luís, rei de
França, incomodado com o ruído proveniente de uma propriedade ao lado de seu
castelo, em vez dar uma ordem para cessar o distúrbio, pediu ao suserano, ou
seja, ao superior do proprietário faltoso, que o fizesse. E ele era o rei de
França! Mas não queria passar por cima de uma autoridade intermediária. Veja-se
nesse pequeno exemplo a realeza se colocando de acordo com o mencionado
princípio, e não interferindo a não ser em caso de necessidade.
Há situações em que o homem
sozinho não se basta a si próprio. Neste caso, ele deve ser auxiliado pela
família. Ou seja, a família dá a ele aquilo que ele não pode conseguir por si
próprio. Com a família, dá-se o mesmo. Ela deve procurar bastar-se a si
própria, mas a partir de certa medida deve receber assistência de fora.
No socialismo, como se
passariam as coisas? O governo dirigiria tudo. Todos ficariam dependentes
do governo para tudo. Ora, pela doutrina católica, tanto quanto possível cada
um fica livre, e tanto quanto necessário, cada um fica obediente. Qual essa
medida do possível e do necessário? A experiência o indica.
Por este sapientíssimo
princípio, não há, nem falsa liberdade, nem socialismo.
Voltando ao caso da
padaria de Cascavel, termino com um ditado: “TUDO É BOM PARA A DEFESA,
EXCETO A COVARDIA”!
Título, Imagem e Texto: Leo Daniele, ABIM,
15-04-2014
(*) Ler a respeito de Patricia Lines, do U. S.
Department of Education, Home Instruction, The Size and Growth of the
Movement.
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