quarta-feira, 2 de abril de 2014

Contra a ingratidão de Nise

Raios não peço ao criador do mundo,
Tormentas não suplico ao rei dos mares,
Vulcões à terra, furacões aos ares,
Negros monstros ao báratro profundo:

Não rogo ao Deus d,amor, que furibundo
Te arremesse do pé de seus altares;
Ou que a peste mortal voe a teus lares
E murche o teu semblante rubicundo:

Nada imploro em teu dano, ainda que os laços
Urdidos pela fé, com vil mudança
Fizeste, ingrata Nise, em mil pedaços:

Não quero outro despique, outra vingança,
Mais que ver-te em poder de indignos braços,
E dizer quem te perde e quem te alcança.

Bocage

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