Maria Lucia Victor Barbosa
A Copa do Mundo precedida por
manifestações selvagens dos “black blocs” ou dos ditos movimentos sociais, de
greves políticas oportunistas, de perturbações da ordem que martirizaram
populações em diversos estados brasileiros, agora decorre em clima festivo nos
estádios renomeados de arenas.
O desempenho da seleção
brasileira tem sido sofrível e começou com um constrangedor gol contra, mesmo
assim se a bola entra na rede o grito que reboa é de alegria intensa como se a
alma, a vida, a redenção das pessoas pudessem estar contidas no chute
providencial.
Lula, o pai da Copa, crê
piamente que a euforia popular que o futebol propicia é invenção e dádiva sua
às massas empolgadas. Aliás, o criador e a criatura sempre se atribuem o que é
esforço, trabalho e mérito dos brasileiros. Na verdade, o governo corrupto,
incompetente, burocrático, perdulário, patrimonialista mais atrapalha que
ajuda, especialmente os que querem produzir.
De todo modo, a Copa existiu
para ser o grande palanque de Lula e consequente apoteose de Rousseff a ser
aclamada nas urnas por um povo feliz com a vitória da seleção. Algo, porém,
maculou o cálculo de marketing visando a continuidade de poder do PT: o
monumental coro do xingamento sofrido pela governanta na abertura dos jogos.
Hipocritamente Lula se mostrou
indignado com o impropério. Logo ele um desbocado afeito a palavrões e à
cafajestice que lhe rendem aplausos dos áulicos que o rodeiam ou dos auditórios
devidamente selecionados para ovacioná-lo. E para explicar a vaia o
presidente de fato partiu novamente para cima da elite branca e da mídia. Ao
que se saiba, Lula e sua família não são negros e sem trabalho ou esforço
ascenderam à elite econômica e política do país. Melhor dizendo, chegaram à
classe alta, pois o significado correto de elite é produto de qualidade, coisa
que o ex-presidente está longe de ser.
De todo modo, o palanque da
Copa não está funcionando para o PT. Uma coisa é futebol, outra é inflação,
inadimplência, queda do emprego, retração da produção industrial, pibinhos que
nos deixam na rabeira dos BRICS.
Ressalve-se que basta ser dona
de casa para perceber a péssima situação da economia, fruto de um dos piores
governos que o Brasil já teve. Basta ir ao supermercado. Rousseff, por sua vez,
recebeu a herança maldita do criador e é esta situação que transborda das
vaias, das infidelidades partidárias, das pesquisas de opinião que mostram a
governanta ladeira abaixo. Diante de tal situação parece que pela primeira vez
o medo venceu a esperança do PT permanecer no poder.
O medo pode paralisar ou
impelir a reações fortes. Lula não quer assumir o lugar da criatura na
campanha, pois sabe o descalabro que será 2015 do ponto de vista da economia
com as inevitáveis decorrências sociais. Prefere colar na governanta e com sua
verborragia e suas mentiras elegê-la. Sendo ela vitoriosa precisará de
anteparos para governar. Se for outro o eleito, os mesmos anteparos se
converterão em obstáculos para tentar inviabilizá-lo.
Desse modo, enquanto o povo
contente grita gol, as garras totalitárias do PT se estendem sobre a nação. O
Marco Civil está em curso, significando que sutilmente foi baixada a censura
sobre os meios de comunicação, sobre a liberdade de pensamento. Já existe até
uma lista de jornalistas “malditos” que deverão ser expurgados pelo partido.
Sem o ministro Joaquim
Barbosa, honrosa exceção de competência, coragem e honradez o STF retoma os
conhecidos caminhos da impunidade e o primeiro ato é permitir que mensaleiros
trabalhem, passando assim por cima de critérios e privilegiando companheiros em
detrimento dos demais presos. Em breve pode ser que especialmente os quatro
mensaleiros do PT estejam leves, livres e soltos.
Tem mais e pior, a relembrar
velhos tempos, quando existia a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Aguarda para votação no Congresso o decreto 8.243, apelidado de “bolivariano”.
Por esse decreto presidencial serão criados conselhos compostos por uma vaga
sociedade civil e pelos ditos movimentos sociais, organizados, manobrados e custeados
pelo governo petista.
Os conselhos ou sovietes
deliberarão em todos os órgãos públicos. A tal participação popular, na verdade
ideológica, inclusive, se sobreporá ao Congresso, ficando assim resolvidos
todos os problemas de governabilidade em um possível novo mandato da criatura,
ou seja, do criador. Afinal, é ele quem manda.
Aproveite, pois, o povo,
alegrias e festas da Copa porque depois da eleição virá o tsunami.
Título e Texto: Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga, 28-06-2014
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