Não quero e não devo me
imiscuir em assuntos que não me dizem respeito, porém, como são notícias e de
conhecimento público, me reservo o direito de comentar aquilo que chega ao meu
conhecimento e, para mim, relevante.
O fato ocorrido, por exemplo,
esta semana, com a seleção de Gana que, ao exigir da sua Federação o pagamento
adiantado e em espécie, antes do seu jogo contra Portugal pelas eliminatórias
da copa do mundo, é um exemplo monumental do que cidadãos podem fazer, quando
os seus direitos são ultrajados.
Obviamente que o problema com
os jogadores já existia muito antes de seu embarque para participar da copa Fifa
2014.
Ao anunciar de que não mais
jogariam sem receber o prometido, colocaram todo um evento mundial em xeque.
São jogadores profissionais e
contratos existem para serem cumpridos.
Em menos de 24 horas e em um avião especialmente fretado para tal, US$ 3 milhões de dólares estavam em suas mãos. Se foi a Fifa ou a federação Ganesa de futebol, quem providenciou, não vem ao caso.
Em menos de 24 horas e em um avião especialmente fretado para tal, US$ 3 milhões de dólares estavam em suas mãos. Se foi a Fifa ou a federação Ganesa de futebol, quem providenciou, não vem ao caso.
O fato é que ao tomarem essa
decisão dentro de um evento grandioso, não mais fizeram do que exercitar
plenamente a sua cidadania. Parabéns!
E nós do AERUS? Será que
estamos exercendo corretamente a nossa cidadania?
Parece que o nosso público
ainda não entendeu de que só falta ganhar a ação da Terceira Fonte, porque de
resto já ganhamos todas. E parece que ainda não percebemos, ou melhor, não
conseguimos encontrar o caminho das pedras.
O caminho se chama Judiciário.
Não tem outro, pois assim como a federação ganesa tentou ludibriar os seus
jogadores, o governo brasileiro vem ludibriando sistematicamente os
participantes do AERUS, numa nítida enrolação há mais de um ano. Antes, era
isso, era aquilo, agora é a copa, depois, a eleição, e vão continuar
indefinidamente a nos embromar.
Então, desde a sentença
proferida pela 14ª Vara em 2012, o que estamos esperando?
Ganhamos o direito a ser
indenizados, ganhamos uma antecipação de tutela, que nos dá direito a continuar
recebendo os salários, a Varig ganhou a diferença tarifária com parte dos
recursos destinados ao fundo de pensão e… nós, o que fizemos até agora?
Estamos acreditando num papo
furado de acordo com a União?
Tivemos a chance de ouro, ao
estarmos dentro do coração do poder em Brasília, exatamente como a seleção do
Gana fez agora, e nos trocamos por trinta moedas e um feriado de páscoa?!
Não se abandona um posto
conquistado. E o que foi feito quando nós conseguimos colocar o próprio governo
em xeque? Nos contentamos com nada?
No mês de maio, em um só dia,
mais de duzentos se confraternizaram em churrascarias do Rio e de São Paulo.
Comemorar o quê? Com que dinheiro?
No mesmo dia fazíamos uma
manifestação nos aeroportos Santos Dumont e Congonhas e mal conseguimos chegar a
vinte, e quase sempre os mesmos bravos lutadores.
Qual é a explicação? Somos
velhos, doentes e não podemos nos deslocar aos aeroportos?
Aquele dia de maio, não
justifica essa afirmação.
Muito para lá da falta de
grana, está nos faltando a gana em conquistar o que nos devem, em sentar à mesa
como cidadãos e traçar estratégias com mais responsabilidade.
O caminho das pedras nós já
conhecemos.
É o judiciário e contra ele é
que temos que apontar os nossos canhões, as nossas flechas, as nossas palavras.
Os palácios de justiça, suas
pompas arquitetônicas e os responsáveis por toda esta demora aguardam que os
nossos gritos ecoem por seus corredores.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante VARIG,
26-06-2014
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