quarta-feira, 25 de junho de 2014

Satisfação... Velhinhos e velhinhas do Aerus...

Valdemar Habitzreuter
Nós, humanos, nos comunicamos preponderantemente através da linguagem verbal. Não saberia dizer como surgiu esta linguagem. Talvez, nos primórdios da inteligência humana ela fosse exercida através de grunhidos e evoluído através da História e atingido esta forma atual como a praticamos. Alguns animais também se comunicam através de emissões sonoras. Mas é o ser humano o único que verbaliza sua fala para se expressar e fazer-se entender ao outro. As palavras são, pois, as constituintes de nossa linguagem e têm um sentido, um significado. A linguagem verbal, sem dúvida, é a ferramenta mais importante para o progresso da humanidade. (Quem quiser se aprofundar neste tema é só dedicar-se ao estudo da Filosofia da linguagem).

Imagem daqui

Vejamos a palavra SATISFAÇÃO, o que ela nos pode transmitir. No bojo desta palavra, além de seu significado corriqueiro de contentamento, alegria, podemos vislumbrar um sentido filosófico bastante interessante.

Todos temos desejos e queremos que se realizem. Ao se realizarem sentimos satisfação. Etimologicamente, a palavra satisfação (satis – bastante; facere – fazer) denota: fazer ou acumular o bastante para proporcionar prazer. Todos procuramos locupletar-nos com satisfações. Sem experimentar estas sensações gostosas a vida seria muito amarga. Satisfação seria, portanto, o objetivo a alcançar pelo impulso do desejo de bem-estar. Satisfação em tudo, este é o nosso anseio.

É possível uma satisfação absoluta, ininterrupta na vida? Não creio. Nem sempre nossos desejos se realizam e desembocam em satisfação. Pelo contrário, geram insatisfação. Temos experiências mil quanto a isso. Além do mais, quando um desejo alcança sua satisfação, esta não se sustenta por muito tempo, notamos que ela é efêmera pelo fato de surgirem novos desejos a serem satisfeitos. Vivemos, pois, uma dialética de satisfação e insatisfação, mas sempre como foco resultante a satisfação.

Mas, se a satisfação não é conquistada plenamente por causa da inconsistência de nossos desejos que se renovam e se revestem continuamente de novas intenções, que tal aboli-los e viver a vida sem desejos? É possível não desejar nada na vida? Não consigo me imaginar mergulhado num imenso NADA. A sabedoria budista faz menção a isso com sua proposta do Nirvana, e o filósofo Schopenhauer também aborda o tema em seu livro: O Mundo como Vontade e Representação.

Talvez ainda me dedique ao exercício do mergulho no NADA, mas só depois que meu desejo de ter de volta meu Aerus tiver se concretizado em SATISFAÇÃO.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 25-06-2014

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