Nós, humanos, nos comunicamos
preponderantemente através da linguagem verbal. Não saberia dizer como surgiu
esta linguagem. Talvez, nos primórdios da inteligência humana ela fosse
exercida através de grunhidos e evoluído através da História e atingido esta
forma atual como a praticamos. Alguns animais também se comunicam através de
emissões sonoras. Mas é o ser humano o único que verbaliza sua fala para se
expressar e fazer-se entender ao outro. As palavras são, pois, as constituintes
de nossa linguagem e têm um sentido, um significado. A linguagem verbal, sem
dúvida, é a ferramenta mais importante para o progresso da humanidade. (Quem
quiser se aprofundar neste tema é só dedicar-se ao estudo da Filosofia da linguagem).
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Imagem daqui |
Vejamos a palavra SATISFAÇÃO, o que ela nos pode
transmitir. No bojo desta palavra, além de seu significado corriqueiro de
contentamento, alegria, podemos vislumbrar um sentido filosófico bastante
interessante.
Todos temos desejos e queremos
que se realizem. Ao se realizarem sentimos satisfação. Etimologicamente, a
palavra satisfação (satis – bastante;
facere – fazer) denota: fazer ou
acumular o bastante para proporcionar prazer. Todos procuramos locupletar-nos
com satisfações. Sem experimentar estas sensações gostosas a vida seria muito
amarga. Satisfação seria, portanto, o objetivo a alcançar pelo impulso do
desejo de bem-estar. Satisfação em tudo, este é o nosso anseio.
É possível uma satisfação
absoluta, ininterrupta na vida? Não creio. Nem sempre nossos desejos se
realizam e desembocam em satisfação. Pelo contrário, geram insatisfação. Temos
experiências mil quanto a isso. Além do mais, quando um desejo alcança sua
satisfação, esta não se sustenta por muito tempo, notamos que ela é efêmera
pelo fato de surgirem novos desejos a serem satisfeitos. Vivemos, pois, uma
dialética de satisfação e insatisfação, mas sempre como foco resultante a
satisfação.
Mas, se a satisfação não é
conquistada plenamente por causa da inconsistência de nossos desejos que se
renovam e se revestem continuamente de novas intenções, que tal aboli-los e
viver a vida sem desejos? É possível não desejar nada na vida? Não consigo me
imaginar mergulhado num imenso NADA. A sabedoria budista faz menção a isso com
sua proposta do Nirvana, e o filósofo Schopenhauer também aborda o tema em seu
livro: O Mundo como Vontade e
Representação.
Talvez ainda me dedique ao
exercício do mergulho no NADA, mas só depois que meu desejo de ter de volta meu
Aerus tiver se concretizado em SATISFAÇÃO.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 25-06-2014
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