segunda-feira, 16 de junho de 2014

Basta de fingir

Alberto Cleiman
O ilustríssimo educador e Senador Cristovam Buarque nos brinda uma vez mais com um artigo claro, objetivo e competente, que assim interpretamos e apresentamos em sua essência:

“Fingimos ser ricos, apesar da pobreza; Fingimos ser possivel dar um salto à universidade sem passar pela educação de base; Não damos atenção para o fato de que temos 13 milhões de adultos prisioneiros do analfabetismo, 54,5 milhões de brasileiros com mais de 25 anos não concluindo o ensino fundamental, e 70 milhões não terminando o ensino médio;

Fingimos que os matriculados estão estudando, embora passem meses sem aula por motivos diversos alheios a sua vontade; Fingimos que dando bolsa estamos erradicando a pobreza, embora na realidade estamos fazendo com que fiquem infantilizados, dependentes e continuando sem acesso aos bens e serviços essenciais que permanecem fóra do seu alcance;

Fingimos ter 94,9 milhões na classe média se estão com renda mensal entre R$291,00 e R$1.019,00, num pais que não tem infraestrutura mínima de locomoção, assistência médica, educação básica, segurança e perspectiva de progresso por esforço e mérito; Fingimos que o aumento da frota de automóveis é progresso, quando não temos malha metroviária, ferroviária, fluvial/marítima e aérea que se possa chamar de tal;

Fingimos que estamos numa democracia quando temos 32 partidos politicos, 39 ministérios, ausência de isonomia salarial entre funcionários publicos federais concursados dos três poderes, padronizada em todo o país; Fingimos que podemos controlar a violência, corrupção, tráfico de drogas e contrabando, quando a nossa fronteira seca e marítima não está adequadamente guarnecida;

Queremos dar palpite errado no Conselho de Segurança da ONU quando nem ao menos somos capazes de garantir segurança de nossos concidadãos dentro do próprio território nacional; Fingimos respeitar os índios, mas na realidade estamos estimulando e permitindo que eles não nos respeitem e se achem donos da terra porque não sabemos administrar a questão e permitimos que ONGs e seus kits palpiteiem e perambulem à vontade por aqui;

Fingimos aceitar que o legislativo e o judiciário votem seus próprios proventos e vantagens, enquanto os da CLT e concursados do executivo ficam limitados a leis e regulamentos mutantes, sempre mais restritivos e humilhantes.”

Finalmente, fingimos acreditar que a "União" cumpre decisão do STF, quando na realidade os velhinhos AERUS estão amargando uma eutanásia já em execução há oito anos.
Título e Texto: Alberto Cleiman, 16-06-2014
Via Dayse Mattos

3 comentários:

  1. O Senador Cristovam Buarque é excelente| Não sei se esta distopia pode ser generalizada em todas as sociedades do mundo - A mentira. Sei bem que no Brasil, houve um aumento da mentira em forma avassaladora. Interrompendo o progresso dos movimentos sociais, O silêncio dos que deveriam gritar por justiça, camuflando suas necessidades, em prol de uma falsa aparência de prosperidade. Lamentável tudo isso, e não vejo uma mudança de comportamento, o resgate da justiça e da verdade, possível cura da alma, Parabéns ao Senador e ao Cão que fuma pela bela reportagem.

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  2. Paulo D.M.Contreiras18 de junho de 2014 às 02:45

    Belíssimo artigo !
    Cristovam Buarque é provavelmente quem mais entende de educação, no Brasil, e quem mais lutou por ela. Lula entretanto o demitiu por telefone e colocou em seu lugar
    Haddad.É preciso dizer mais alguma coisa ? Concordo com tudo que disse Galeria Ever
    Botelho ! Paulo Contreiras.

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  3. Permitam-me como sempre, discordar.
    Esse cara foi funcionário do BID e ainda hoje conselheiro.
    Esquerdista, gramscista e membro da ação popular, membro do clube de Roma junto com FHC, cujas metas de contole da natalidade jamais forma impostas no Brasil.
    Tentou elitizar o ensino superior no Brasil, limitando as faculdades públicas e priorizando as privadas.
    A educação é ponto destacado nas orientações do FMI (Fundo Monetário Internacional), OMC (Organização Mundial do Comércio) e do Banco Mundial, orientações que devem ser seguidas por aqueles que "precisam" destas organizações, como os governantes do país.
    O FMI exige que se passe o "grosso" do ensino superior para a iniciativa privada (a parcela mais lucrativa); a manutenção de algumas universidades públicas, porém sustentadas por parcerias e fundações privadas, transformando a educação em serviço "fiscalizado" pelo governo; exige a manutenção de instituições de ensino básico e certa parcela do ensino médio como responsabilidade do Estado. Garantiriam assim qualificação mínima para o mercado além de grande oferta de mão de obra, mantendo baixo o salário.

    Essa política sempre foi defendida e aplicada pelo PT em seus governos. Políticas assistencialistas para o povo pobre que eles tem a cara de pau de chamar de excluídos, como se o sistema não produzisse e necessitasse destes para se manter.

    Finalmente um dos recebedores de pensão vitalícia por perseguição política.
    bom dia...

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