Publiquei
este texto no final de maio de 2010, no auge das metáforas futebolísticas de um
sujeito desprezível. Hoje com o desespero de uma provável derrota em outubro,
sua escatologia desceu a níveis inéditos...mas, seguindo fielmente seu modelo
leninista, ele acusa os outros do que ele mesmo faz. Com apenas uma atualização
de poucas palavras no início do segundo parágrafo e de uma, no terceiro, penso
que continua atual… com a diferença que para nós está bem pior que em 2010.
Num jogo de futebol, mais do que em qualquer outro esporte, a partida
terminar com muitas irregularidades e erros de arbitragem, é um
fato aceito com muita naturalidade. Um impedimento não marcado, ou
mal marcado, um pênalti ignorado pelos bandeiras ou pelo juiz,
um gol “por la mano de Dios ”- grave violação das regras do
esporte - pode até ganhar campeonato mundial. Mas os deuses do futebol sempre
dão oportunidades de novos jogos, onde quem se deu bem roubando, pode
acabar perdendo de quem roubou.
Nesses dias de Copa, poucos param para pensar que muita coisa nesse país
segue a filosofia (ou o vício) do futebol onde ela não cabe.
Como quando se admite que um problema não resolvido prejudicando
milhares de pessoas, não precisa ser corrigido, porque já é depois do jogo... e
aí, não há o que fazer, não tem chororô de perdedor. Muito conveniente... e
muito cômodo para quem não fica no prejuízo. Não
aparecem "deuses" dando novas oportunidades. E então o estado,
que não é financiado pelo cidadão para fazer de sua vida um
jogo, se revela dos maiores adeptos dessa cultura pelo hábito
que tem de fazer vista grossa para injustiças flagrantes... e ainda sacar
metáforas esfarrapadas de futebol, quando o injustiçado reclama. Não se pode
chamar de mau perdedor quem está simplesmente lutando por seus direitos.
Valendo num meio onde duas forças mais ou menos se equivalem e novos eventos garantem o ajuste de contas, a receita futebolística nos problemas do dia-a-dia é uma distorção inaceitável, ao não levar em conta que poderosos não se equiparam a grupos fracos, que pouco podem fazer para se defender. Não é senão esta, a forma como esse "governo" e parte do legislativo e do judiciário, tratam os trabalhadores e aposentados da Varig. Se assim não fosse, em qualquer nível dos três poderes já se teria tomado uma atitude decente e acabado com esse massacre que, vergonhosamente nessa altura, já passa por três Copas do Mundo. Um juiz - e não há falta deles no país - poderia, se estivesse interessado na justiça, dar um estridente apito de moralidade e acabar com esse jogo sujo.
O
"Fairplay", tão cobrado nos jogos da FIFA,
só existiu para nós variguianos enquanto trabalhávamos, contribuíamos e quando
nos mostraram o contrato do Aerus para assinar. Continuou aparentemente nos
"informes" hoje infames do Aerus, até que a arrecadação nas
bilheterias dos nossos contracheques começou a engordar os olhos dos cartolas
da aviação. Já na altura do calote na bilheteria dos 3%, que pararam de
repassar aos participantes do Aerus, os "bandeirinhas" da SPC
-Secretaria de Previdência Complementar - começaram claramente a alterar
o resultado do jogo contra nós, e assim continuaram com os 21 contratos
feitos por tratantes para nos prejudicar. É difícil acreditar que algum
cartola real do futebol seja capaz de tanta baixeza.
Pior ainda é ver uma justiça, tão ciosa de sua
liturgia e de seus paramentos, como os grandes times nos dias de grandes
jogos, atuar de forma tão omissa, no mesmo nível de um árbitro despreparado,
que acaba roubando a vitória de quem jogou limpo e a oferece a quem não fez
senão trapacear. No nosso caso, vitória é o direito de continuar
vivendo decentemente com recursos que são, diga-se o que queira,
nossos. Derrota é algo já assumido por muitos trabalhadores e aposentados
que já se foram, comprovando uma coisa tão comum como a jabuticaba nesse
país: Justiça tardia é mera INJUSTIÇA.
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 23-06-2014
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