sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sonho ou realidade?





Rosy D'Acre Cavalcante
Desde os meus 7 anos de idade, eu sonhava em ser um dia Uma Aeromoça!
Minha mãe costuma dizer: minha filha vive nas nuvens...sonha muito alto!
Íamos para a nossa Fazenda, e eu ficava deitada em cima de um tronco de árvore que se chama "Pranchão", e nesse pranchão eu deitava, conversava com as estrelas, com a lua, com a natureza em geral. E ali eu era uma criança inocente sonhando com o meu futuro. Fazendo planos, que eu acreditava que se realizariam um dia.

Fui crescendo e crescendo e aos 13 anos realizei o meu sonho de conhecer o Rio.
Daí foi mais um passo que eu dei para aguçar os meus sonhos.

Aos 17 anos vim morar no Rio. Estudar para fazer vestibular para Medicina. Mas o destino me pregou uma peça: e eu acabei voltando para a casa de meus pais no Acre.
Apareceu um "abismo à minha frente", me impedindo de continuar a viver aqui, mas nunca deixei de sonhar.

Comecei a trabalhar aos 18 anos: Empresa Aérea, Cruzeiro do Sul, que se transformou em Varig/Cruzeiro naquele mesmo ano. Pedi demissão para casar e formar minha família.

Mas os meus sonhos continuaram, embalados pela melodia dos versos que eu escrevia e pelos planos que eu fazia para não desistir de voltar ao Rio.
Assim o destino me deu um empurrãozinho, e dois anos depois eu estava me separando do meu marido e não chorei, não sofri, não me desesperei: mas vi que Deus estava me dando mais uma vez uma oportunidade na vida.
Peguei um avião e vim embora com o meu filho Ronney Silva de Araujo, que tinha 11 meses de vida. Isso foi em 1978.

Tive um emprego em um Banco, mas não desisti de sonhar. E três meses depois fiz um teste para a Varig, e passei em primeiro lugar para trabalhar em Loja de Passagens. Eu estava entrando por uma porta que Deus abrira para mim.

Dois anos depois eu conheci uma pessoa que veio a ser meu companheiro e tivemos um filho. Eu continuei trabalhando na mesma Cia Aérea. Em 1982 nasceu meu segundo filho.
Um ano depois estávamos nos separando eu fui morar sozinha com meus filhos, na Tijuca, (hoje passei pela rua onde morei nessa época...fui matar a saudade). Tempos bons... os dois eram crianças, era tão gostoso poder tê-los no meu colo, nos meus braços...

Se passaram seis anos que eu estava trabalhando na empresa, mais eu nunca desisti de sonhar, de planejar de alcançar minhas metas.

E em 1985, tive a oportunidade de prestar exames para "AEROMOÇA OU COMISSÁRIA DE BORDO". Fui aprovada em todas etapas, mas não esqueçam: eu era mãe de dois filhos. Um estava com 3 aninhos e o outro com 8 anos.

Eu precisei mudar para São Paulo, mas vinha todos fins-de-semana ver meus pimpolhos. A saudade doía muito. Mas eu precisava dar uma vida melhor para os dois. E naquele mesmo ano, no dia que eu completava 29 anos, eu Recebia meu “Diploma de Comissária de Bordo".

Mãe de dois filhos, sozinha sem marido eu toquei a minha vida, morei em São Paulo, fiquei dois anos baseada em Manaus, mas nunca, em momento algum, nada me fez desistir de prosseguir na minha caminhada.

Levei meus dois filhos para Manaus, não se adaptaram lá, mandei-os de volta: um para o Rio e o outro para Rio Branco, com a minha mãe. Consegui minha transferência em 1987 e montei uma casa e coloquei meus dois filhos juntos.

Voltei a viver com meu ex-companheiro, mas só durou dois anos. Pois ele não aceitava a minha nova profissão. O ciume exagerado nos afastou completamente, me sufocava! Eu optei pela separação!
Escolhi continuar, e continuei até o dia que a Varig foi vendida, e fomos todos demitidos.

Mas nunca larguei meu emprego por homem algum, nem mesmo o meu namorado francês, que queria me levar para a França, depois outro tentou me tirar da empresa para morar em Los Angeles com ele. Mas eu não largava o osso.

Fiquei na empresa, requeri a minha aposentadoria (contra a minha vontade), mas consegui dois anos depois. E hoje estou aposentada, mas realizada profissionalmente, com meus filhos criados, cada um seguiu a sua vida. Estão muito bem, graças a Deus.

E eu só contei um pouco de minha história para as pessoas que lerem e estiverem desistindo de seus sonhos, não desistirem nunca! Jamais desista!

Não existe homem, ou filho, ou seja quem for que vai te apoiar na sua velhice: só a tua Aposentadoria.

Existem homens maravilhosos, filhos maravilhosos, amigos maravilhosos. Mas se eu tivesse chutado o balde... para viver na França ou na Califórnia, ou tivesse atendido o capricho do meu ex-companheiro que mandou eu escolher entre ele e a Varig, e eu escolhi a Varig. Pois ele era o meu companheiro, mas a Varig era quem me pagava o meu ganha-pão para eu pagar o colégio dos meus filhos, mantê-los, pagar empregada para cuidar deles, dar uma vida razoavelmente boa aos dois filhos. Curso de Inglês, viagens para o exterior a toda hora. Uma boa estrutura de vida, boa educação.
E hoje estou aposentada, mas fiz por onde.

Eu sou feliz! Posso dizer que Deus me abriu portas onde não tinha porta. Deus foi o meu fiel companheiro. E a minha mãe, até sua morte, era quem me apoiava em tudo.

Obrigada, Paizinho, por ter me dado coragem, perseverança, ânimo, determinação para seguir em frente, e hoje poder sentar na frente da minha telinha e escrever que eu sou uma pessoa realizada!

Que Deus abençoe a todos que me ajudaram, me incentivaram, me acolheram em suas casas, quando cheguei no Rio com meu filho de 11 meses: Waldisa Maria Oliveira, Regina Barros,Iza Paixão, tia Elvira, Cezar Augusto Carneiro Oliveira e todos que me apoiaram muito e tiveram tolerância comigo e com o meu filho Ronney.

Obrigada, Senhor!
Queridos, não desistam dos seus sonhos! Pois lá na frente você vai se cobrar, vai se culpar ou culpar alguém.
Um beijo no coração!
Título e Texto: Rosy D'Acre Cavalcante (Comissária Rosicléa), 13-06-2014

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