sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Economia portuguesa: novo patamar de estabilidade pode ser boa notícia...

Tavares Moreira

1. As novas projecções para a economia portuguesa, no período 2014-2016, ontem divulgadas pelo BdeP, sugerem que a economia portuguesa, não tendo por certo ultrapassado muitos dos seus problemas ou desequilíbrios “ancestrais”, está dando passos visíveis e consistentes para um novo patamar de estabilidade.

2. Com efeito, essas projecções mostram que a economia poderá experimentar, no período em referência, um crescimento moderado do PIB (0,9%; 1,5%; 1,6%), em boa parte animado pelo consumo privado (+2,2%; +2,1%; +1,3%) e pelo investimento em Capital fixo (+2,2%; +4,2%; +3,5%), mantendo ao mesmo tempo um saudável excedente nas contas com o exterior.

3. O excedente das contas com o exterior deverá traduzir-se, segundo as mesmas projecções, em saldos conjuntos das Balanças Corrente e de Capital, em % do PIB, de 2,6% em 2014,  2,8% em 2015, e 2,9% em 2016.

4. O que estes cenários também evidenciam, na minha modesta avaliação, é que teremos chegado ao ponto em que não se mostrarão necessárias doses adicionais da famosa “Austeridade”, permitindo à actividade económica ir ganhando crescente ritmo e criando mais emprego, sem que com isso sejam colocados em causa os chamados equilíbrios fundamentais da economia…
5. …tornando possível, ao mesmo tempo, ir reduzindo o endividamento do País em relação ao exterior(não ainda do Estado, infelizmente, mas já sabemos que este é o mais preguiçoso de todos os agentes económicos).

6. De resto e como já aqui assinalei em Post recente, a melhoria que se vem verificando nas contas externas, excedendo as melhores expectativas no corrente ano, fica a dever bastante à descida das taxas de juro da dívida ao exterior, a qual, por sua vez, é fruto do enorme esforço feito pelo País – Empresas e Famílias em grande destaque – nos últimos 3 anos…que não foi em vão, por muito que digam em contrário...

7. Admito que haja alguns ou mesmo muitos cidadãos insatisfeitos com o ritmo de recuperação revisto para este período – e até se poderá ser algo mais ambicioso que o BdeP,  no que diz respeito a 2016 em especial, sem com isso cair em exagero – desejando que a actividade cresça a muito maior ritmo…

8. …mas será  altura de lembrar que os problemas mais difíceis que temos enfrentado resultaram, quase sempre, de se ter imprimido excesso de velocidade á actividade económica, utilizando o motor errado (procura interna), que acaba sempre por gripar e atirar o País para a valeta…
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 12-12-2014

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