Tavares Moreira
1. A habitual informação
mensal das contas externas foi esta semana divulgada pelo BdeP, para o período
até Outubro, confirmando a expressiva melhoria já verificada em Setembro.
2. Da informação divulgada,
cabe realçar os seguintes pontos:
- Um saldo positivo da Balança Corrente de
€ 1.401,1 milhões, muito superior ao registado no mesmo período de 2013 (€
576,5 milhões);
- Um saldo positivo da Balança de
Bens+Serviços, de € 2.445,4 milhões, inferior ao verificado no mesmo período de
2013, que atingia € 3.093,1 milhões;
- Um saldo positivo da Balança de Capital,
de € 1.996 milhões, inferior ao de 2013 (€ 2.258,7 milhões);
- Um saldo positivo conjunto das Balanças
Corrente + Capital - o saldo dos saldos - de € 3.397,1 milhões, bastante
superior ao de 2013, que se cifrava nesta mesma altura em e 2.835,2 milhões.
3. Apesar da visível
recuperação da procura interna, em especial das despesas de consumo privado e
de investimento, tudo parece indicar que a grande alteração no desempenho da
economia portuguesa, registada a partir de 2011 - a passagem de uma situação de
profundo e prolongado défice das contas com o exterior, que levou ao enorme
endividamento do País, para uma situação, como agora se vê, de apreciáveis
excedentes - está para se manter...por enquanto...
4. A principal alteração
verificada no corrente ano, como já anotei em Post anterior sobre o tema, consiste
na impressionante melhoria da Balança de Rendimentos: agregando os saldos das
rúbricas de Rendimento Primário e Secundário, obtém-se este ano um défice de €
1.044,3 milhões, que compara a um défice de € 2.516,5 milhões no mesmo período
de 2013...uma melhoria de € 1.472,2 milhões, provavelmente resultante da forte
descida dos juros da dívida como prémio do esforço de ajustamento...
5. Com base nesta informação e
dado o adiantado do ano, pode tomar-se como muito verosímil a previsão avançada
pelo BdeP no seu último Boletim Económico para os saldos das contas externas em
2014: Balança Corrente+ Capital = 2,6% do PIB; Balança de Bens e Serviços =
1,6% do PIB.
6. E assim vai a economia REAL
seguindo o seu curso, corajosamente, com enorme esforço é certo, indiferente à
tremenda confusão em que os "media" e os seus comentadores se
esforçam, desesperadamente, por lançar no País...
7. Na mais recente versão
deste trabalho de confundir os cidadãos, procurando por todos os meios
inviabilizar este enorme esforço das Empresas e das Famílias, procura-se, com
os mais fantasiosos e gongóricos argumentos, tratar como grave pecado
neo-liberal qualquer esforço de disciplina e de rigor financeiro no Estado...
8. Para muitos destes
comentadores, o que importa é que o Estado gaste mais, sempre mais - se gasta
mal, não nos deveremos apoquentar, pois o gasto público, em contínuo crescendo,
será o melhor garante de um futuro melhor...
9. A que ponto chegamos!...
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