segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Meu Natal, seu Natal e o deles

José Manuel

Gostaria muito de estar aqui escrevendo uma mensagem bonita de Natal a todos, no sentido de que esta passagem fosse mais alegre, mais reconfortante, mais feliz do que todos os oito anos anteriores.

Infelizmente eu não posso desejar um feliz Natal, porque isso não seria verdadeiro, vocês não estariam sentindo isso, soaria como hipocrisia e estaria apenas utilizando mais um clichê surrado.

No máximo, o que eu posso fazer e desejo muito, é que a saúde de todos esteja bem, que as famílias estejam unidas e que continuem acreditando cada vez mais em suas lutas pessoais, pois o que é nosso, será nosso custe o que custar, mesmo que as forças do mal que nós conhecemos tão bem, tentem fazer o contrário.

Hoje, 22 de dezembro de 2014, portanto, a três dias do Natal, e a demora injustificável que uma simples assinatura leva após ter sido duplamente ratificada pelo Congresso Nacional, temos mais uma vez a certeza de que não há a mínima vontade, o menor desprendimento humanitário, o mínimo de tempo hábil, para que a nossa tutela, ganha na bravura, na coragem e na barra dos tribunais, seja paga antes do Natal.

O meu Natal, com certeza, será como todos os oito passados, com a tristeza no coração de não poder ver uma mesa posta com a fartura natalina, sem a alegria que a data requer, e um presente comprado para aqueles que me são caros.

Mas, quando as faltas são prolongadas como estas porque estamos passando, nossa alma vai adquirindo uma certa aura protetora, que nos envolve contra as malignidades cometidas contra nós. É o manto de Deus nos reconfortando.

E aí, a impressão que dá, é que tudo continua igual, nada muda e não mais nos faz falta, fazendo, pois é quando sentimos que estamos nos acostumando e o desprazer na vida, tão já natural, passa a não ser mais tão fortemente sentido.

Isso, de uma certa forma, é bom, pois a depressão que está no ar, deixa de nos contaminar, nos dando mais forças para continuar.

O seu Natal será mais ou menos parecido com o meu, pois estamos no mesmo barco, as nossas lutas são semelhantes, os nossos anseios também.

Mas, você, assim como eu, não vamos morrer por pobrezas de espírito como essas a nós impostas, pois existem coisas muito importantes a serem feitas para que os Natais futuros aconteçam com a felicidade desejada.

No máximo, o dia será triste, sofrido, magoado, mas ao mesmo tempo temos que nos lembrar que a data não é nossa, e não existe só para dar ou receber presentes, nem uma bela mesa.

A data é d'Ele, a comemoração é pelo seu nascimento e é a Ele que nunca teve nada, que se despojou de tudo, até da sua própria vida por nós, que temos que reverenciar com a alegria que Ele certamente vai estar pedindo que tenhamos.

Essa é uma data, em que o menos é mais, por Ele, e não podemos nos esquecer disso nunca. 

Mas o Natal daqueles que nos têm nas mãos, por um infortúnio do destino, esse nem eu nem você gostaríamos de passar algum dia na vida, pois as maldades cometidas contra pessoas idosas e indefesas, contra toda uma sociedade, estão se voltando furiosamente contra quem as cometeu.

E nós sabemos muito bem quem foi e quem são os responsáveis por tudo isso, bastando dar uma olhada nas notícias diárias para saber onde, como e quando o castigo não só divino, mas também dos homens ofendidos não tardará a chegar.

E será forte, pelos indícios que se avolumam cada vez mais, dia a dia que passa, essa data será algo a que eles jamais irão esquecer.

Quando nascemos somos ungidos com as opções de vida que devemos seguir, e esse é o nosso código de barras, moral.

Uns, ao longo da vida sentam-se em bancos de jardins floridos, respeitando a natureza, seus semelhantes, e vivem eternamente envoltos pelas flores, pelos animais e pelo amor.

Outros, em alguns momentos dessa mesma vida, quando o poder os corrói com a soberba imoral, preferem sentar-se em barris de pólvora, num flagrante desafio temporal às forças do universo.

Como naturalmente somos sempre o resultado de nossas escolhas, não é tão difícil para nós do banco do jardim florido, adivinhar o porvir daqueles do barril e do pavio aceso, e as suas nefastas consequências futuras.

Com relação aos nossos proventos, não se preocupe, pois eles já são nossos por ordem e multa judicial, e essa demora despropositada, gerenciada com motivação cruel, pérfida, não só trará a ira dos céus, como também a ira dos magistrados, que certamente após nos terem alforriado, estão acompanhando passo a passo a agonia e os estertores de uma classe ofendida.

Vão chegar, e eu e você estaremos aqui para receber tudo que nos foi roubado, desde a dignidade, até a pensão alimentar para sobrevivência, e sabe por quê?
Porque nós, eu e você, fomos os escolhidos e recebemos a nobre missão de lutar até ao final contra esta injúria patrocinada pelo mal.

Ele nos deu essa determinação, vamos cumpri-la ao pé da letra e então no seu dia mais do que nunca, rezaremos pelo seu aniversário, agradeceremos pela vida que nos deu e dividiremos o pão e o amor com os nossos, assim como ele o fazia exemplarmente com os seus.
Não nos esqueçamos da sua mensagem. 
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 22-12-2014

2 comentários:

  1. FELIZ NATAL!

    https://www.youtube.com/watch?v=S8mb3_PnFT0&index=5&list=RDdH1_Xu9f_io


    https://www.youtube.com/watch?v=ddLd0QRf7Vg

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  2. José Manuel,lindo e emocionante...Chorei! Abraços Meu nome Terezinha Lucenir Canha

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