Almir Papalardo
Um silêncio sepulcral angustia
e leva a categoria de aposentados do RGPS - iniciativa privada, a uma depressão
profunda. Não se ouve da nossa mídia escrita ou falada, nada que se refira aos
direitos dos aposentados, vilmente surrupiados, dando-nos a cruel certeza de
que nada valemos, sendo a nossa sina, há de se lamentar, de agonizar no fundo
de uma lixeira pútrida. Ninguém se condói. Ninguém quer olhar para esta
categoria, atualmente a mais repudiada da sociedade.
Os parlamentares que
direcionam os destinos do nosso país fazem um alarido sem precedentes nas
discussões das sessões plenárias, tumultuando todos os projetos e emendas que
visem melhorar o poder aquisitivo da população, excluindo-se sempre destes
empecilhos criados propositalmente, conforme aconteceu recentemente, com o
rapidíssimo reajuste que elevou os seus vencimentos de R$ 26.700 para 33.700
reais, corrigidos com um percentual fora da realidade brasileira, de 26%, o que
na certa provocará um nefasto efeito cascata!
Em contrapartida, a massa
assalariada que recebe o salário mínimo, terá um aumento de apenas 9%, passando
de 724 reais para R$ 790,00. Os aposentados que já arcam com uma perda superior
a 77% nas suas aposentadorias, têm o seu reajuste estipulado em apenas 5,7%, se
a presidente Dilma não cortar mais algumas frações deste percentual, como é seu
costume fazer. Era comum quando apresentavam para votação o Orçamento da União
para um Novo Ano que se aproxima, inserirem algumas Emendas com um reajuste
melhorado para os aposentados. Era comum. Já não é mais. Para o Ano Novo de
2015, parece que ninguém ousou acrescentar alguma pequena Emenda que favoreça o
triste aposentado.
Não compreendemos como o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que marcou história positiva no seu
governo, não demonstra sentir um mínimo de remorso pelo sufoco imposto aos
aposentados, já que foi na sua gestão que os gênios da obtusidade tiveram a
coragem, com a aquiescência do Congresso e dos demais Poderes, de criar o Fator
Previdenciário e decretar a injuriosa desvinculação do reajuste de um terço do total
de aposentados, ao reajuste do salário mínimo. Não era isso que a Constituição
Federal/88 e o Estatuto do Idoso preceituava!
Agora, passado mais de uma década e meia desta bestial criação contra os aposentados, tornou-se uma bomba atômica com o estopim aceso, pronta para a qualquer momento explodir a paz nacional.
O outro presidente que o
sucedeu, em vez de corrigir o que achava estar errado, conforme bradava nas
suas rompantes campanhas para eleger-se primeiro mandatário do Brasil,
incompreensivelmente dobrou a má vontade contra o aposentado, prejudicando-o
ainda mais, passando para as mãos da presidente Dilma uma pistola já
engatilhada, pronta para a presidente só ter o trabalho de acionar o gatilho.
E assim, o aposentado,
pensionista e futuro aposentado, vai carregando a sua pesada cruz, sem ver
defensores fortes e verdadeiros que o defendam dessa política nociva e
preconceituosa, que o está exterminando cruel e gradativamente.
Triste sina reservada para o
fim do trabalhador brasileiro que com denodo e galhardia muito contribuiu para
o Brasil tornar-se a nação que é hoje, projetada e admirada no cenário mundial.
Feliz Natal para todos os
brasileiros e um Ano Novo próspero, com esperanças de vermos todas essas
sandices corrigidas.
Título e Texto: Almir Papalardo, 20-12-2014
Título e Texto: Almir Papalardo, 20-12-2014
Parabéns, Almir pelo belo e contundente texto. Os velhinhos aposentados realmente são marginalizados e os abutres que estão no governo não estão nem aí para sanar a situação, a prioridade sempre foi o interesse próprio deles é que se lixem os outros. E com essa estagnação econômica atual brasileira o horizonte de melhorar as aposentadorias ainda fica mais longe ainda, infelizmente....
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