Tavares Moreira
1. As novas projecções para a economia portuguesa,
no período 2014-2016, ontem divulgadas pelo BdeP, sugerem que a economia portuguesa,
não tendo por certo ultrapassado muitos dos seus problemas ou desequilíbrios
“ancestrais”, está dando passos visíveis e consistentes para um novo patamar de
estabilidade.
2. Com efeito, essas projecções mostram que a
economia poderá experimentar, no período em referência, um crescimento moderado
do PIB (0,9%; 1,5%; 1,6%), em boa parte animado pelo consumo privado (+2,2%;
+2,1%; +1,3%) e pelo investimento em Capital fixo (+2,2%; +4,2%; +3,5%),
mantendo ao mesmo tempo um saudável excedente nas contas com o exterior.
3. O excedente das contas com o exterior deverá
traduzir-se, segundo as mesmas projecções, em saldos conjuntos das Balanças
Corrente e de Capital, em % do PIB, de 2,6% em 2014, 2,8% em 2015,
e 2,9% em 2016.
4. O que estes cenários também evidenciam, na minha
modesta avaliação, é que teremos chegado ao ponto em que não se mostrarão
necessárias doses adicionais da famosa “Austeridade”, permitindo à actividade
económica ir ganhando crescente ritmo e criando mais emprego, sem que com isso
sejam colocados em causa os chamados equilíbrios fundamentais da economia…
5. …tornando possível, ao mesmo tempo, ir reduzindo
o endividamento do País em relação ao exterior(não ainda do Estado,
infelizmente, mas já sabemos que este é o mais preguiçoso de todos os agentes
económicos).
6. De resto e como já aqui assinalei em Post
recente, a melhoria que se vem verificando nas contas externas, excedendo as
melhores expectativas no corrente ano, fica a dever bastante à descida das
taxas de juro da dívida ao exterior, a qual, por sua vez, é fruto do enorme
esforço feito pelo País – Empresas e Famílias em grande destaque – nos últimos
3 anos…que não foi em vão, por muito que digam em contrário...
7. Admito que haja alguns ou mesmo muitos cidadãos
insatisfeitos com o ritmo de recuperação revisto para este período – e até se
poderá ser algo mais ambicioso que o BdeP, no que diz respeito a
2016 em especial, sem com isso cair em exagero – desejando que a actividade
cresça a muito maior ritmo…
8. …mas será altura de lembrar que os
problemas mais difíceis que temos enfrentado resultaram, quase sempre, de se
ter imprimido excesso de velocidade á actividade económica, utilizando o motor
errado (procura interna), que acaba sempre por gripar e atirar o País para a
valeta…
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”,
12-12-2014
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