terça-feira, 17 de março de 2015

A invasão alienígena

Valmir Fonseca Azevedo

Em 15 de março de 2015, alienígenas invadiram o Brasil.
Vieram clonados de nacionais, como marmanjos, moços, idosos, mulheres, senhoras, moças e de exemplares de várias espécies de nosso folclore.   
Especialistas em manifestações avaliam entre um a dois milhões de ETs.

Pacíficos, os seres de outro planeta se limitaram a percorrer as principais ruas e avenidas de muitas cidades, na maioria das capitais, e em diversas cidades de menor porte.

Foram facilmente identificados pelo populacho que assistia embasbacado à sua marcha, quase uma procissão.

Em geral, trajavam indumentária verde ou amarela, ou verde e amarela. Muitos portavam placas e cartazes.

Não carregavam armas, nem escudos, nem qualquer artefato bélico, por isso, ninguém teve a coragem ou a cretinice o suficiente para admoestá - los.

As polícias evitaram os excessos, embora em alguns casos tenham se esforçado para arrefecer a sua caminhada e diminuir o seu efetivo que crescia a cada hora.

Os transeuntes nativos olhavam boquiabertos a empáfia e a coragem dos invasores.
Quem são eles? O que querem? Por que vieram de alhures, aparentemente defendendo os direitos dos nacionais?

Vieram de outra galáxia? Como o caos econômico e moral que se abate sobre o Brasil chegou tão longe?
Estas entre inúmeras parecem ser as razões da invasão pacífica.

Muitos indagam as razões de um contingente alienígena ter pousado na terra, em nosso País, para desafiar os cretinos que depravam e roubam todas as classes.

Os religiosos alegam que devemos agradecer a mão de Deus. Outros, que os ETs acompanham deprimidos a derrocada do País, e resolveram interferir pacificamente, mostrando à população de que ela deverá ter coragem e determinação para expurgar seus inimigos.

A invasão começou pela manhã, estendeu-se pela tarde, e só acabou ao anoitecer, e depois, da mesma forma silenciosa como eles chegaram se foram.

O desgoverno, assustado, determinou os pronunciamentos de dois arrogantes ministros (que procuraram minimizar as manifestações, sob alegação mentirosa de que delas participaram APENAS os que não votaram na presidanta), na tentativa de arrefecer a indignação dos ETs, para evitar que o populacho impregnado pelo exemplo estrangeiro prosseguisse a marcha, e até empregasse o uso da força, se necessário.

Hoje, uma tremenda dúvida invadiu a mente da sociedade brasileira: os alienígenas são confiáveis? Sua marcha foi uma demonstração de que a coragem, a vontade de expulsar presidentes, ladrões, canalhas e terroristas pode e deve ser realizada quando for necessário?

Tudo indica e são muitos os sinais de que ainda existe pelo menos uma molécula de moral na alma do povo, e que somadas às indignações populares, elas se tornam imbatíveis e capazes de alimentar a chama da justiça e o fervor da cidadania.

O desgoverno está preocupado, temeroso que a ação alienígena tenha plantado no coração da massa nativa o poder da revolta, a coragem do desafio e a garra para dar um fim no caos e na imoralidade.

O desgoverno, infelizmente, continua o mesmo e deverá adotar medidas paliativas para manter-se no poder, nada de relevante, pois prosseguirá onerando a população com pesados impostos e, efetivamente, nada fará que possa afastá-la do domínio total.

Os entendidos preveem que alguns alienígenas não retornaram para as suas origens e que pretendem num futuro próximo desencadear uma nova marcha, menos pacífica, e forte o suficiente para empregar a força das armas, até atacando e vencendo o exército do Stédile.

Alguns nacionais tentam entrar em contato com os ETs na busca de orientações, e quiçá participar dos planejamentos e ações futuras.
Vamos aguardar.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 17 de março de 2015

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