Maria Lucia Victor Barbosa
No teatro da vida a farsa se
faz presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação
sempre ajudaram os vencedores da batalha da existência, sobretudo, os dotados
de retórica capaz de iludir e convencer.
Na política, palco máximo da
simulação, a farsa conta com o poderoso auxílio da propaganda que se sofisticou
e se disseminou através dos meios de comunicação, especialmente, os
televisivos. Porém, a culminância da hipocrisia e do cinismo chegou ao Brasil a
bordo do governo petista, na medida em que marqueteiros habilidosos esculpiram
uma falsa imagem de Lula da Silva apresentado como proletário pobrezinho,
vítima da sociedade de classes e depois, num passe de mágica, o transformaram
em estadista.
Na verdade, Lula é um
semianalfabeto que de pobre não tem nada, um populista ambicioso e sem
escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Na quarta tentativa ele
chegou à presidência da República na medida em que sua fala vulgar, rudimentar,
grotesca, circense provocou o sentimento de identidade tão caro às massas.
Disse alguém que “a vida é a
tragédia das escolhas”. A maioria dos brasileiros escolheu Lula duas vezes. E
depois mais duas quando ele logrou colocar em seu lugar o chamado poste. E não
foram somente os pobres que o escolheram o salvador da pátria, chancelando a
tragédia que ocorre agora no Brasil. Brahma ou Barba chegou também lá montado
no apoio dos que ele finge amaldiçoar como elites, ou seja, banqueiros,
empreiteiros, grandes empresários. E a classe média, que a petista Marilena
Chauí diz odiar, composta por intelectuais, artistas, profissionais liberais,
professores, estudantes universitários compuseram o teor de fé da seita PT.
Jactando-se de seu socialismo requentado, falso, atrasado, tão comum na América
Latina por conta da dor de cotovelo que se tem dos Estados Unidos, a classe
média erigiu Lula ao altar da pátria e o adorou.
Brahma ainda teve apoio de
parte da Igreja católica, das tradicionais ramificações petistas sustentados
pelo partido como a CUT, o MST, UNE e de outros ditos movimentos sociais, além
de conquistar a adesão de instituições como a OAB.
Impressiona também o
fortalecimento do PT através do apoio constante e fiel do PSDB, especialmente
de Fernando Henrique Cardoso. Nunca houve oposição ao PT nem nunca haverá por
parte dos peessedebistas. É tanta a devoção dos tucanos com relação a Lula da
Silva, que melhor fariam dissolvendo seu partido e entrando para o PT.
A tragédia das escolhas
fortaleceu tanto Lula e seu partido que ele se imaginou capaz de fazer o que
bem quisesse. Assim, veio a enxurrada de erros na economia, a gastança
exacerbada, a corrupção desenfreada. E no primeiro mandato da criatura, com
Lula presidente de fato, foi o tempo em que ele caprichou no amassar do pão
amargo que os brasileiros agora engolem a custo e que se tornará mais tóxico
daqui para frente com o aumento da inflação, da inadimplência, do desemprego,
dos juros, do dólar.
Como não há governo que
aguente quando a economia vai mal, movimentos populares espontâneos têm ido às
ruas para pedir a saída da governanta. Parece que só agora foi notada sua total
incompetência, sua fala incoerente como se ela tivesse enorme dificuldade de
raciocinar, o que indica absoluta inaptidão para o cargo presidencial, aliás,
para quaisquer cargos até os mais simples.
O PT quebrou o Brasil e o
abismo se abre aos nossos pés, prenunciando uma via-crúcis ainda mais dolorosa
com o rebaixamento do Brasil pela Agência de classificação de risco Standard
& Poors. Perdemos o grau de investimento e outras agências deverão fazer o
mesmo com graves consequências para nossa já combalida economia.
Diante do descalabro já
existem 17 pedidos de impeachment de Rousseff na Câmara e o mais expressivo é o
do ex-militante petista, Hélio Bicudo. O PSDB, vergonhosamente, covardemente,
se omite, se esconde, vacila e deixa para o PMDB resolver a questão.
Enquanto isso, diabolicamente
Lula vai amassando o pão. Começou a atacar a criatura e se ela cair, ai de quem
a substituir. Será massacrado pela única coisa que o PT sabe fazer bem: uma
oposição violenta, raivosa, intimidadora, boçal. Desse modo, Lula imagina poder
voltar em 2018, consolidando seu poder e o do PT. Resta saber se o povo
aprendeu a dura lição ou se seguirá sem medo de ser infeliz rumo ao Socialismo
do Século 21, da Venezuela, como quer o Foro de São Paulo. O tempo dirá.
Título e Texto: Maria
Lucia Victor Barbosa, socióloga, 14-9-2015
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