Da
Filosofia Operacional Técnica À Filosofia Interativa Humana
Organização:
Maria da Conceição Pereira
Colaboradores:
Alejandro Covello,
Angela Maria Arend
de Melo,
Fernando Liberman,
Hugo Oscar Leimann Patt,
João Carlos Bieniek,
Mónica Gómez Caniella e
Selma Leal de Oliveira Ribeiro.
Apresentação:
Este livro vem mostrar, nos escritos
aqui apresentados, trabalhos que foram aos poucos se tornando uma vivência
concreta de profissionais que se preocuparam, dentro da aviação, com práticas
que permitissem, antes de qualquer coisa, a perspectiva do entendimento de que
fazer um avião voar é mais do que colocar um objeto mais pesado no ar, é mais
do que desafiar as leis específicas da natureza.
Fazer um avião voar e voar seguro é
empreender ações que vão atender às necessidades iminentes de um homem que
avança no seu desenvolvimento sobre a terra, que quer respostas rápidas e
precisas para as suas demandas.
Fazer um avião voar é mais do que
montar uma máquina ultramoderna, que se torna cada vez mais automatizada, mas
que não se resolve por si só, pois mesmo que um dia estejamos todos voando em
máquinas que não mais exijam a presença do homem, em uma cabina de controle,
terá que estar sendo monitorada por um ser humano.
Este livro tem outra proposta: estar
em tempo de não mais só importar ensinamentos para o nosso mundo sul-americano.
Já é momento de estarmos apresentando e exportando o nosso conhecimento diante
da aviação mundial; os tempos atuais não mais permitem monopólios de
conhecimentos, principalmente diante de atividades que, em sua essência,
carregam universalidade.
Assim, apresentando o conhecimento
construído e voltado para o CRM, com base em experiências realizadas no
contexto da nossa realidade brasileira e sul-americana com a proposta de servir
de referência para outras realidades.
A Angela Arend, ex-comissária de voo
na Varig, escreve dois capítulos:
CRM – Origem, Evolução e Contribuição
para a Segurança de Voo e
O primeiro, como o próprio título
deixa adivinhar, relata como e porquê surgiu o CRM – inicialmente Cockpit Resource
Management – e acompanha a
evolução dessa ferramenta até aos dias atuais: CRM de sexta geração.
Deixemos Angela concluir este bem
informativo capítulo:
“O que se espera atualmente é que
ocorra uma forma de aprendizagem mais suave e menos dolorosa, sem que se percam
vidas humanas e patrimônio das empresas, através da utilização de ferramentas,
tais como: a implantação de cursos de CRM e outros treinamentos, evolução dos
procedimentos técnicos, LOSA, LOFT, etc. O trabalho dos grupos d CRM consiste,
entre outras tarefas, minimizar a manifestação da ‘Teoria do Sangue’.
Sabe-se também que os cursos de CRM
não irão oferecer uma resposta para todos os problemas que envolvem a aviação,
pois esta é uma atividade por demais complexa e dinâmica, e, os treinamentos
empregados pelas empresas são os mais variados. Além disso, sabe-se também que
o CRM não consegue sensibilizar a todos. Sempre haverá aqueles que consideram
os conceitos de CRM como algo completamente dispensável. Estas pessoas são
conhecidas sob os mais variados nomes, tais como: Boomerangs, Cowboys ou Drongos (é um tipo de pássaro muito
conhecido na Austrália, que voa baixo, defecando na cabeça das pessoas). Na
aviação não é diferente, teremos sempre tripulantes com postura de drongos, para os quais o CRM não surtirá
efeito.”.
Na outra colaboração, “CRM no ar – A
experiência VARIG em Fatores Humanos.”, Angela, além de, naturalmente, nos
contar como foi implantado o curso de CRM na Varig (em janeiro de 1998, através
do Varig Flight Training Center), discorre
sobre o processo de construção de um curso de CRM. Mostra-nos as dificuldades dessa
construção e os desafios em mantê-lo atualizado.
E Angela conclui (e recomenda):
“O treinamento em CRM não irá
substituir nenhum outro tipo de treinamento técnico, mas devará integrar os
conceitos de Fatores Humanos com as habilidades técnico-operacionais,
proporcionando um melhor desempenho, através da melhoria do trabalho em equipe
e do processo decisório.
Vale lembrar também que o homem é
muito mais do que um ‘recurso disponível’, ele é o agente da ação. E como tal
deve ser tratado.
Um curso de CRM deve envolver a
participação de todos os segmentos de uma organização, pois a segurança da
atividade aérea e não apenas do voo em si, é responsabilidade de todos. Esta é
a razão pela qual todos os funcionários devem passar pelo curso de CRM e se
conscientizarem da sua importância.”.
Este Editor participou de um desses cursos
lá no CTO, não lembro o ano.
O livro, editado pela Comunigraf
Editora, de Recife, em 2004, está esgotado.
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Parabéns Angela pelo seu eterno amor à aviação e por mais essa realização.
ResponderExcluirJosé Manuel
Parabéns Angela! seu esforço aparecerá em forma de sucesso! que orgulho que tenho de você, brilhe sempre!
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