Haroldo P. Barboza
Que 80% da programação da TV
brasileira não atende ao papel social que deveria prestar à sociedade, já
sabemos há décadas. Que 75% das novelas, seriados e enlatados exibidos quebram
em meses os valores morais que as famílias levam anos para passar aos filhos,
também já sabemos. Que ela é usada pela elite para anestesiar e doutrinar a
população com novelas fúteis, shows de nádegas despidas e filmes violentos no
sentido de camuflar escândalos e se perpetuar no poder, também já sabemos. Mas
um poder legislativo que através dos “direitos do menor” permite que estes
agridam professores e até pais, nada mais é do que uma grande quadrilha que
tenta se promover com medidas fúteis em relação à proteção de menores de 18
anos que votam, dirigem, procriam, assaltam, matam e voltam às ruas em dois
meses.
O poder judiciário se acomoda
e não força uma mudança racional que realmente os proteja. Qual a proteção
efetiva para evitar que menores de 10 anos trabalhem nos engenhos dos
poderosos? Pune quem se aproveita de inocentes que são “educados” por marginais
nas comunidades sem estrutura social? Desemperra processos apodrecidos contra
mentores de barbaridades contra menores que se transformam em abandonados de
rua? Cuida para que a mortalidade infantil seja reduzida nos hospitais públicos
abandonados?
Cadê a OAB, CNBB e outras BB’s
que abrigam algumas boas inteligências que se desperdiçam a serviço dos donos
do poder? A troco de quê?
Seria educador se obrigassem a
TV a exibir dois programas culturais para cada droga exibida em nossos lares em
“horário nobre” (ou pobre?). Seria esperançoso mostrar como vivem mal os
policiais, bombeiros, enfermeiros e outros prestadores de apoio à população,
cobrando respeito das autoridades com a remuneração e condições de trabalho
destes profissionais. Seria demonstração de civismo se a cada três meses
relacionassem os escândalos contra os cofres públicos que impedem a edificação
de uma nação digna. Seria encorajador ver uma medida que levasse a exibição
para 23h59 horas de programas que fazem apologia das piores virtudes humanas
como a esfregação de dois elementos do mesmo sexo sob o edredom.
Haveria coragem para enfrentar
grande parcela da sociedade que concorda com quase tudo que leu até aqui, mas
que de forma hipócrita faria barulho pela falta do vício a que foi condenada?
Título e Texto: Haroldo P. Barboza - Matemático,
Analista de computador e Poeta. 28-11-2017
Autor do livro: Brinque e
cresça feliz.
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