Haroldo P. Barboza
O
homem se rotula
De
esperto e criador
Quando
da natureza
É o
maior predador.
Pensa
que é o rei e só.
Mas
esquece que é pó.
Iludido,
repete sempre
Que só
ele tem razão
E que
seu único amigo
É o
domesticado cão.
Seu
pobre subconsciente
Repele
o gato independente.
Todo
animal da terra
Do
rato ao condor
Se
tratado com carinho
Nos
devolve amor.
Ainda
que coió indigente
Com o
gato não é diferente.
Não se
furta ao afago
Depois
de alimentado
Brinca
e se esfrega
Até
sentir-se cansado.
E quem
não deixa o amigo
Quando
a pele corre perigo?
Pequeno
telhado de zinco
Torna-se
um palco rico
Onde
nas noites sem chuvas
Qualquer
gato paga mico.
Estando
amando, ele mia
Compondo
uma g(r)ata sinfonia.
Título e Texto: Haroldo
P. Barboza, janeiro de 2001
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