quarta-feira, 20 de março de 2019

A Ideologia de Gênero não é ciência, é doutrinação

Cristina Miranda

Querem-nos convencer a todo o custo que a Ideologia de Gênero se baseia apenas no ensino da tolerância, aceitação, conhecimento e igualdade entre gêneros. E assim perante tão nobre intenção justificam a sua implementação imposta a todos os alunos na disciplina de cidadania. Ora, se é assim tão claro que se trata de uma ideologia “científica” imprescindível à formação do indivíduo, por que razão a lei que tornou possível a ideologia de gênero nas escolas, foi aprovada em total segredo e sem debate público em 2018?

Pois bem, a resposta é simples para qualquer ser pensante que não segue as patranhas progressistas: não foi a debate porque simplesmente é uma grande mentira fabricada à medida das agendas feministas e LGBTIQ que recebem muito dinheiro público para a promoção da ideologia.

A primeira grande questão que se levanta é: por que razão não aparece documentação sobre o tema na Biblioteca Nacional como alerta Mário Cunha Reis no seu artigo “Ideologia de Estado” no Observador?

Numa pesquisa simples, há zero resultados quando se procura bibliografia sobre a ideologia de gênero. No entanto, se a busca for “queer”, não falta bibliografia sobre o tema onde a ideologia de gênero está englobada. O que prova que não estamos perante uma teoria comprovada cientificamente, mas sim uma teoria LGBTIQ.

Assim sendo, segue a segunda grande questão: não sendo uma teoria científica o que está ela a fazer no plano curricular dos alunos desde o pré-escolar? Ora, a resposta aqui é também ela simples: isto não é ensino, é doutrinação. A prova está escrita pela própria CIG na página 5 dos Guiões onde explicitamente é dito: “(…) o conteúdo apresentado não exprime necessariamente a opinião da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Gênero.” Ou seja, a CIG desresponsabiliza-se do conteúdo destes guiões em caso de queixas.

Vamos lá esclarecer: uma coisa é ensinar o respeito, aceitação e tolerância por todos os seres humanos independentemente das suas diferenças, sejam elas a que nível for; ensinar que todos os seres humanos são iguais e não podem ser discriminados no acesso à saúde, educação, trabalho pelas suas orientações sexuais, religiosas ou ideológicas, raça, etnia ou cultura; outra é defender que igualdade é  “ensinar”  que  não existem diferenças sexuais entre indivíduos porque todos nascemos neutros e que é a sociedade que constrói o nosso gênero; que a maternidade não é um exclusivo das mulheres; que todos os males desta sociedade está no homem heterossexual e família patriarcal; que o gênero não é imutável.

Foi exatamente isto que encontrei ao ler os guiões do Ministério da Educação (no pré-escolar, no 1º ciclo  no 2º ciclo, no 3º ciclo e no secundário). Na página 265 do Guião para ensino secundário pode ler-se: ”(…) deste modo a diversidade sexual humana e a compreensão das expectativas das pessoas LGBTIQ relativamente aos direitos sexuais e reprodutivos poderá ser melhor compreendida e refletida”. Na página 270 do mesmo guião, branqueia a ciência e diz: “(…) a ciência é uma construção socio-histórica, portanto determinada temporalmente e espacialmente. Por isso numa perspectiva de gênero não basta salientar a necessidade de reconhecimento da importância das teorias e modelos na construção do conhecimento científico, mas também desconstruir os processos na sua produção”. Mas não se ficam por aqui: reclamam a reprodução assistida como um direito à igualdade; questionam a linguagem não inclusiva; questionam a história produzida; afirmam não haver complementariedade entre sexos; que as questões sociais afastaram meninas das atividades desportivas; que há uma cultura de heteronormalidade que classificam de homofóbica; impõem-se contra a existência de dois sexos bem definidos; afirmam que existe disparidades salariais; defendem o aborto como método contraceptivo; defendem quotas de forma dissimulada; defendem a desconstrução da sociedade; transformam em patologia todos os que não concordam com esta ideologia.  Ou seja, só trata da agenda feminista e LGBTIQ.  Por quê? Mais:   estes Guiões são escritos por feministas, algumas lésbicas e homossexuais.  Isto é doutrinação, sem qualquer dúvida.

Para reforçar ainda mais esta ideia, João Miguel Tavares escreveu no Público sobre uma atividade de uma escola na disciplina de Cidadania: “A Rede Ex-Aequo [uma associação lésbica] não se limita a combater “o bullying homofóbico e transfóbico”. É da facção (o vídeo de apresentação é muito esclarecedor quanto a isso) que nos convida a dizer “oradores e oradoras”, que garante que “juntas e juntos fazemos a diferença”, e que quer esclarecer os nossos filhos sobre o verdadeiro significado da palavra “heteronormatividade”. E isso, caras associações LGBTI, é 100% ideologia.”

De acordo com a maior defensora de gênero da atualidade, e cuja bibliografia serviu de base para os Guiões, a americana Judith Butller, “ninguém nasce homem, nem mulher, nem gay, nem lésbica, pois o gênero deve ser construído na escola, com quantos gêneros quantos a criança deseje.” Mais claro do que isto é impossível.

A doutrinação da ideologia de gênero é ilegal porque viola a liberdade de consciência e crença do estudante; o princípio da neutralidade política e ideológica do Estado; o direito dos pais sobre a educação moral dos filhos.  Porque  a Declaração Universal dos Direitos Humanos no seu artigo 26º nº 4 diz claramente: ”Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos” e na Constituição da República Portuguesa no artigo 36º, nº 5 e artigo 43º, nº 2 está escrito:  “Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos” “O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas (…) políticas, ideológicas”.

Perante isto, onde está a dúvida quanto à inconstitucionalidade do decreto-lei que autorizou o ensino da ideologia de género nas nossas escolas?
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias, 19-3-2019

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