Carina Bratt
Minhas amigas e leitoras, como é namorar o gato de vocês à distância? No dia a dia conseguem? Acham legal? Entendem a coisa como um processo difícil ou simples? Vamos ver, em poucas linhas, os prós e os contra. Devemos ter em mente, ficarmos ligadonas que o namoro à distância, muitas vezes parece desconfortante e desesperador. E, de fato, é. Muito desalentoso e aborrecido. Todavia, nada dentro desse esmorecimento, que contribua diretamente para desvirtuar nossos objetivos da pessoinha amada. Dirão algumas leitoras: “Carina, que coisa esquisita, estranha, fora do contexto, namorar alguém estando um aqui e outro no Oiapoque!”.
Não é para tanto, ou não deve
chegar a tanto, o nosso aperreamento diante desse azar, ou melhor, dessa falta
de sorte. Afinal, todas nós, encaramos ou deveríamos encarar essa bobeira de
distância (em dias atuais, ainda que a nosso favor tenhamos toda a tecnologia
de ponta ao alcance e a nosso inteiro dispor), como uma coisa banalmente
corriqueira. Percebam. Não precisamos descabelar os sentidos, gritar a plenos
pulmões, chorar no ombro da mamãe ou da melhor amiga, tampouco querer morrer,
se enforcando num pé de alface vislumbrando, grosso modo, o apuro pelo qual
passamos como um empecilho.
Não devemos de nenhuma forma
conhecida, encarar essa bobagenzinha de “distância” como um bicho de sete
cabeças, ou descambar com tudo para o lado das barreiras, dos entraves, ou dos
atravancos. E nos sentirmos para baixo, deprimidas. A distância é um lugar que
não existe, a não ser em nossa imaginação. A distância está dentro de cada um
em particular e em nenhum lugar ao mesmo tempo. Nós mulheres, devemos esmiuçar
essa “parada” numa boa, tirando de letra, e esquecendo, sobretudo, essa
história que do nada, nossos planos mirabolantes para estarmos perto do homem
amado, foi por água a ralo aberto, se transformou num conto tenebroso de algum
escritor maluco, ou pior, se enveredou por num desvio não previsto pelo qual o
destino atalhou.
Menos ainda pensarmos na droga
do estorvo como um ponto negativo em nossa mente. Vou dar como exemplo, um caso
recente. E conhecido de toda a mídia. Vocês se lembram da Bruna Marquesini com
o jogador Neymar? Então! Da última vez em que a Bruna reatou com o
sujeito, a global disse o seguinte: “a saudade fortalece o relacionamento”. E
aqui surge a pergunta: será? Com certeza! Fortalece sim. E muito! Igual
pensamento comunga a psicóloga Edna Pires de Assis voluntária de um programa de
ajuda humanitária a jovens carentes aqui nas comunidades pobres do Rio de
Janeiro. Ela assevera que essa “saudade reascende o amor tornando mais denso e
consistente”. Tudo, segundo ela, “depende do carinho e do afeto que cada um
nutre pelo seu parceiro”.
E explica: “O segredo é não
deixar os sentimentos entrarem em banho-maria”. Trocado em miúdos, o
“banho-maria” ao qual ela se refere, é não permitir o que existe de bom entre
um casal, partir para as raias do encerramento. Alguns pontos tidos como chaves
ou cruciais, devem ser considerados desde o começo de uma vida a dois. Vamos
continuar batendo na tecla da distância. Nesses casos, são triviais as
dificuldades com a comunicação em determinados horários. Celular fora de área
se constitui numa das maiores encrencas relatadas e anotadas pela psicóloga,
notadamente quando de serviço nos morros e favelas onde os aparelhos celulares
por algum motivo entram em colapso.
Daí, concluiu, “aparecem no
ato, os ciúmes, as desconfianças, as dúvidas”. As perguntas, por conta, se
avolumam assustadoramente sem dar folga ou brecha: “será que ele não está com
outra? Acaso não desligou o celular para não ser importunado? Estará pensando
em mim? Ou não está nem aí? Quem sabe num motelzinho de beira de estrada
queimando uma rosquinha diferente”. Estes são alguns dos milhares de pontos
considerados pela “maioria” de nós, e claro, igualmente pela nossa amiga Edna,
como “negativos”. Porém, em contrapartida, esses alvos obscuros e fora de foco,
podem ser melhorados, como a necessidade de se conhecerem melhor, de se verem
com mais frequência, de trocarem carinhos, permutarem afagos estando um perto
do outro.
Afinal de contas, as longas
conversas por telefone, ou por mensagens, via WhatsApp, já deram o que tinham
de dar. Aliás, passaram dos limites do compreensível e do tolerável. Um saco!
Isso mesmo. Um tremendo porre. Em contraposição, tem aquela lengalenga da
demora em cair tudo numa enorme e repetida rotina. Nessa hora, deve prevalecer,
como tema nevrálgico, o fortalecimento dos laços não só da amizade, como,
igualmente, as amarras imutáveis da confiança. A mútua, logicamente. A
confiança mútua e recíproca deve ser a chave FUNDAMENTAL para abrir todas as
portas em direção aos folgueados do coração. Seja, pois a distância grandiosa
ou longa demais, não importa. Tudo se tirará de letra.
É como a convivência
presencial no cotidiano. Não importa a situação. Necessita, acima de qualquer
coisa, ser preservada a magia do encantamento, o arroubo do magnetismo, a
feitiçaria da sedução. Mantida essas formas com respeito, com lisura e
discernimento, tudo se ajeitará. Todas estas pequenas coisas, muitas delas
insignificantes e corriqueiras, ajudarão no fortalecimento da durabilidade. Os
planos de, num tempo bem próximo, estarem juntos, lado a lado, ombro a ombro,
olho no olho, igual banheiro, e depois, final da noite, partirem para os “finalmente”,
na cama, dividindo dia seguinte, ao acordarem, a mesma mesa de café, do almoço
e jantar, não devem, sobre qualquer tipo de pretexto, ser esquecidos ou
deixados fora de contexto.
São esses pequenos brindes,
esses desvelos e bobagens cotidianos que sustentarão e preservarão as metas
objetivadas de um futuro embaixo do mesmo cômodo. Junte-se a isto o afeto, a
compreensão, o saber levar os prós e contras, a conviver com as manias, os
erros e defeitos. E logicamente, deve ser posto num lugar bem seguro, com
destaque, para que todos, em derredor, vejam e sintam, mas não roubem, ou não
desejem o AMOR. Se ele existir, ah, amigas leitoras, se o AMOR existir, não
importam os quilômetros que a distância venha imprimir. Tudo se arranjará e
entrará nos eixos, na hora certa, no tempo determinado.
Título e Texto: Carina
Bratt, do Rio de Janeiro. 28-7-2019
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