quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A bandalheira no andar de cima

Foto: Ricardo Stuckert Filho


Nilson Borges Filho
Por mais que queiram resguardar a imagem da candidata Dilma Rousseff, por conta dos escândalos promovidos pela Chefe da Casa Civil, está mais do que na hora de Lula assumir o papel de presidente da República e “extirpar” do seu entorno uma bando de vigaristas, que se utiliza da proximidade com o poder para extorquir empresários com interesses públicos. Ou Lula mostra que ainda existe um pouco de decência no seu governo, ou acaba se enquadrando como cúmplice de malfeitores travestidos de lobistas e quadrilheiros posando de gente de família.
Transferir as graves denúncias para a “imprensa golpista” ou para as “elites”, ou ainda, sofismar de que a bandalheira que circula no andar acima do seu gabinete é “exploração eleitoral”, prova a que ponto chegou o lulismo para se manter no poder. Lula pode até afirmar – internamente, é claro -  que pouco conhecia Erenice Guerra e que o cargo que a ela foi concedido se deu por indicação de Dilma Rousseff. O mesmo não pode ser dito pela candidata petista, que desde à época do Ministério de Minas e Energia, Dilma e Erenice são a mesma pessoa.

Lula pode até se achar no direito de mentir “eu não sabia”, mas Dilma jamais poderá negar que conhecia as movimentações da família Guerra governo a dentro. Quando explodiu o “mensalão” e se sentiu acuado, Lula exigiu que o PT pedisse, publicamente, desculpas ao povo brasileiro. Mais tarde, quando recuperou o prestígio junto aos eleitores, esqueceu o que disse e passou a defender o “mensalão” como obra de golpistas que desejavam lhe tomar o cargo.
Como ainda existe vida inteligente neste País, o discurso boquirroto do presidente serviu apenas para pautar a fala de comediantes de televisão. A crise moral que está atingindo o País, neste exato momento, com a quebra de sigilos fiscais abastecendo dossiês e com gente próxima ao presidente da República, se agachando ao nível do esgoto, para descolar uma grana em troca de favores governamentais, não tem precedentes na nossa história.

Os 6% ou 5%, dependendo de quem será extorquido, que abastecem o caixa de familiares e amigos do peito da Chefe da Casa Civil, são valores que agregam o conhecido “custo Brasil”. Mesmo que a candidata petista se eleja, o passivo político que levará para a cadeira presidencial, sob suspeição de uma parcela significativa da sociedade, que sabe que existem muitas mais coisas por trás dos escândalos que pautam o noticiário, fará de Dilma Rousseff uma presidente fraca,  que ficará nas mãos de políticos que em nada engradecem o País.

Dilma, está plenamente constatado, não passa de uma fraude eleitoral vendida a conta-gotas pelo seu Chefe. Lula teria tudo para deixar o governo como um magistrado, como presidente de todos os brasileiros, mas a ganância pela coisa pública, que extrapola os mínimos princípios de civilidade democrática, fará com que seja lembrado como aquele que deixou um fardo para as gerações futuras. Nossos filhos não merecem isso. O Brasil não precisa desses tipos. Não há necessidade de Lula estar se lambuzando desse  jeito.
Nilson Borges Filho, mestre e doutor em Direito

Impossível "Lula assumir o papel de presidente da República"... 

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