domingo, 5 de setembro de 2010

Catalina

Catalina, uma barata
esperta, viva e ligeira,
vivia na galley dianteira
do antigo VJA.
Seus olhos eram vendados,
seus lábios viviam calados,
mas ela sabia tudo
que se passava no ar.
Numa linda matina
entrei na galley dianteira,
encontrei Catalina
comendo um resto de pera...
Ela então contou-me histórias
daqueles longos plantões
onde amigos e inimigos,
de todos nossos patrões,
falavam de suas conquistas
das mais lindas aeromoças
que eram mal ou bem quistas,
daqueles nomes marcados
que nunca saíam das listas,
daqueles aviões cansados
em busca de alguma pista,
daqueles casos de amor.
Ah...aqueles casos de amor...
Seja lá como for,
não sei se tal barata
era dos quadros da SATA
ou mesmo de Operações
e esta estranha convivência
ensinou-me duas lições:
Não temer as turbulências
que chocam as gerações;
Nem esperar caviar
em todas as refeições.


Adelino Munari

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-