sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Na reta final


Peter Wilm Rosenfeld
Estamos a poucos dias do 03 de outubro, quando votaremos em uma lista completa de candidatos, desde Presidente da República até Deputados Estaduais.
Serão, ao todo, cinco votos por eleitor. A “cola” será absolutamente necessária se quisermos que o processo não seja excessivamente lento.
E, falando por mim mesmo, será um processo frustrado. Não tanto quanto já foram tantos anteriores, em que eu acabava votando, contrariado, no(s) candidatos menos ruins ! Mas ainda assim frustrante, pois não votarei com convicção.
Em minha modesta opinião, o melhor candidato é uma candidata, Sra. Marina Silva. Que, se eleita, não terá a menor possibilidade de governar, pois seu Partido Verde não tem qualquer expressão em termos nacionais.
Não o tendo, teria a maior dificuldade em formar um governo; se conseguisse fazê-lo, seria obrigada a fazer tantas concessões (pois não temos, excetuadas as poucas honrosas exceções, congressistas em quantidade suficiente para apoiar iniciativas do governo sem fazer exigências absurdas !)


A possível segunda opção, Sr. José Serra, igualmente teria dificuldades enormes no Congresso. Mas o mais triste é que está fazendo promessas absolutamente inviáveis, no afã de derrotar a candidata do Governo.
Se fizer a loucura de querer cumpri-las, se eleito, tornará o Brasil inviável. Se não as cumprir, será permanentemente abatido pela oposição (o que aconteceria de qualquer maneira, diga-se de passagem, pois a oposição que teria seria daninha do primeiro ao último dia do governo).
Finalmente, a terceira candidata, Sra. Dilma Rousseff será teleguiada pelo Sr. da Silva, apoiada em partidos absolutamente danosos ao País.
As sombras de uma ditadura inicialmente branda, mas cada vez mais dura, rondarão os brasileiros todo o tempo durante todo o mandato, até vir a se instalar, para gáudio de pessoas como os Srs. Franklin Martins, Paulo Vanucchi e tantos outros, um regime comunista, que finalmente terão oportunidade de criar como eles desejaram em 1964 e anos seguintes, sem êxito.
As Colinas, os Var-Palmares e organizações semelhantes virão à tona com toda a força. Contarão com o apoio firme de pessoas como os Srs. Fidel Castro,  Hugo Chávez, Evo Morales, e outros de mesmo porte. Ah, sem esquecer o Sr. Ahmadinejad  !!!!
Todos lemos ou ouvimos as declarações do Ali Baba dos aloprados do mensalão e de outras façanhas do mesmo tipo, dizendo que o Sr. da Silva equivale a dois PTs.
Mas penso que sua importância diminuirá significativamente uma vez fora do poder.
Como poderia acontecer algo como descrito acima em um País que vive em um regime democrático há já 25 anos ?
Porque, parece-me, os latino-americanos em geral não tem o gene da democracia em seu sangue.
Democracia com “D” maiúsculo, ou seja, não do tipo mexicano, em que o PRI dominou a política e o País por algo como 70 anos; ou do tipo argentino, com o Gal. Perón e seus afins dominando tudo.
O País mais próximo de uma verdadeira democracia é o Chile, com uma escorregadela comandada pelo Sr.  Salvador Allende e continuada pelos generais que o depuseram.
Essa herança maldita (a de ser contra a democracia) talvez tenha sido inoculada em nosso sangue pelo Gal. Franco e por Antonio Salazar. Afinal, com a exceção do Haiti e das Guianas, o restante dos países da América do Sul, Central e do México provém de origens espanholas e portuguesas...
Em nosso caso, apesar de termos enclaves(relativamente pequenos, infelizmente) em que houve penetração maior de outras nacionalidades e genes, o latino predominou amplamente no Centro-Sul e daí nosso problema.
O que me traz de volta ao próximo domingo, 03 de outubro.
Ao que tudo indica, deveremos ter um segundo turno para a eleição presidencial.
Considerando o passado de muitos dos apoiadores da Sra. Marina Silva, esses não votarão no Sr. José Serra (lembremo-nos que muitos dos “verdes” atuais foram membros ativos dos chamados “revolucionários” dos anos 60).
O que mais lamento é algo que já mencionei em um de meus artigos anteriores: o Sr. Serra, se for derrotado, não poderá atribuir a responsabilidade dessa derrota a mais ninguém a não ser a si próprio (e, subsidiariamente, a seu partido).
Em meus já muitos anos de observador das coisas da política só vi algo de parecido nas eleições de 1950: escolhido candidato oficial pelo então PSD, o Sr. Cristiano Machado foi completamente abandonado pelo partido, que se voltou para apoiar o Sr. Getúlio Vargas. Cunhou-se, na ocasião, o termo “cristianizar”, com o significado de vilmente sacrificar um aliado para obter uma vantagem política.
No caso presente, o PSDB não só não apoiou de forma firme e categórica o Sr. Serra como ainda teve alguns namoros velados com outros partidos ! Só poderia dar no que deu. Aliás, o PSDB sempre foi o partido que se manteve em cima do muro tanto quanto possível. Ora, em uma dessas, cai do muro !
Só nos resta desejar (para aqueles que forem religiosos, rezar) que algo aconteça para evitar a comunização do Brasil.

Peter Wilm Rosenfeld

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