Amigos, todos
O primeiro, do ano e do novo governo.
Prometi a mim mesmo dar a esse governo 100 dias de tolerância, durante os quais não o criticaria. O “não” absoluto é impossível, eis que algumas coisas devem ser ditas na hora; de outra maneira, passaria a oportunidade. Mas procurarei me conter...
Um grande abraço a todos; mais uma vez, meus votos de FELIZ ANO NOVO.
Peter
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Ilustração: Fusca Brasil |
O NOVO GOVERNO
Desde a tarde do dia 1º de janeiro temos um novo Governo (dou à Sra. Rousseff o benefício da dúvida e ainda grafo Governo com G maiúsculo. Vejamos quanto tempo durará...).
Aliás, uma primeira observação que nada tem a ver com a nova Presidente: que diabos de doença acometeu nossos Constituintes de 87/88 para estabelecer que a posse do Presidente da República e, por consequência, dos Governadores dos Estados, dar-se-ia no 1º dia do ano?
Anteriormente isso acontecia em março, com toda a tranquilidade. Nunca houve problema. Não poderia ter sido escolhida uma data mais imprópria (imprópria em qualquer parte do mundo, exceto talvez da China, cujo calendário é outro).
Talvez um dia, por uma emenda à Constituição, nossos congressistas se iluminem e corrijam esse absurdo!
Mas voltemos ao novo Governo. Aliás, nem tão novo pois muitos nomes já figuravam no governo do Sr. da Silva. Penso que poderiam ter sido substituídos; talvez até devessem, se não fosse por outra razão, pelo simples fato de terem pertencido a um governo corrupto como jamais se vira antes, tendo como chefe um “boquirroto sapo barbudo” (apud Leonel Brizola).
A Presidente repete o erro de seu antecessor: há um excesso de ministros. Sendo algo redundante, um grande excesso. É gente demais, talvez até mandando de menos, mas isso não posso afirmar.
E, apesar das juras em contrário, continua a idéia revanchista que levou o governo anterior a decretar (sim, foi por decreto) o Plano Nacional de Direitos Humanos 3, o triste PNDH-3 do sinistro Sr. Paulo Vannuchi.
A nova Ministra-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos não só se comprometeu a executar o que o Plano estabelece como decidiu que sua primeira tarefa seria a de se empenhar com a instalação da “Comissão da Verdade”.
Estamos cansados de saber que essa comissão não tem qualquer compromisso com a verdade; tem-no com a vingança!
A evidência dessa falta de compromisso com a verdade começa pela afirmativa que os “revolucionários” de então lutavam pela liberdade e pela democracia. Pela liberdade de praticar atos criminosos, como matar inocentes (e não foram poucos os mortos), de assaltar bancos e outros estabelecimentos; pela democracia como existia nos países da extrema esquerda, notadamente a União Soviética e seus satélites, as famosas “Repúblicas Popular Democráticas” como as da Alemanha Oriental, da Polonia, da Tchecoslovaquia, além de na própria Russia.
Lamento muito que a nova Ministra-Chefe venha imbuída desse espírito.
Nomeações políticas impostas por partidos verdadeiramente “famintos” por cargos são tristes. Já mencionei isso em um artigo anterior. Qual a razão de um partido querer mais e mais cargos? Desculpem-me os dirigentes e os que pleiteiam cargos: a toda a evidência é para desviar dinheiro, de uma forma ou de outra, em proveito próprio.
Nomeando gente absolutamente incompetente, desnecessária e disposta a cometer certas irregularidades! Essas irregularidades podem ser de muitos tipos, mas sempre serão irregularidades onerosas para os cofres públicos.
A propósito de cofres públicos, se a Presidente da República quisesse dar à nação uma clara demonstração de que novos ares são respirados em seu Governo, faça uma de duas coisas com os famosos cartões corporativos: extinga-os (todos, sem exceção), ou torne obrigatória a divulgação de todas as despesas que foram pagas através dos mesmos, como se faz com todas as demais despesas do governo.
Ou será que a Presidente Rousseff não quer magoar seu antecessor que, com a sua família, usou e, mais do que isso, abusou do uso do cartão para fins pessoais?
Há uma área do Governo em que a Presidente me deixou muito entristecido (e garanto que, comigo, milhões de brasileiros): manteve o Sr. Marco Aurelio Garcia como assessor especial, ou título parecido, para assuntos de política internacional.
Será que em todo esse tempo em que foi o braço direito do ex-Presidente a Sra. Rousseff não se deu conta de quão nociva é a influência do Sr. Garcia ? Ou (ah, sempre há um “ou”...) quer manter vivo o processo de funcionamento, de fortalecimento e de instalação definitiva do Foro de São Paulo, do qual o Sr. Garcia é uma figura importante?
Aspecto triste é a nomeação para certos cargos de pessoas que nada tem a ver (ou tiveram no passado) com o assunto da pasta, como é o caso da Sra. Ideli Salvatti para o Ministério da Pesca e da Aquicultura. O fato de o Estado de Santa Catarina ser um grande produtor de produtos dessa natureza não torna a Sra. Salvatti autoridade no assunto...
Entristeceu-me, também, a recondução do Sr. Fernando Haddad para o Ministério da Educação (insisto em que deveria ser Ensino...). Será que já não causou um mal suficiente a todos, mas todos, os estudantes brasileiros? Agora foi premiado?
E o octogenário Sr. Pedro Novais no Ministério do Turismo? Ridículo sob todos os aspectos!
Os cariocas devem estar adorando a nomeação do “gato angorá” (novamente, apud Leonel Brizola) Moreira Franco para Assuntos Estratégicos! Um homem que ajudou a destruir o pouco de orgulho que ainda restava aos cariocas (que governou entre os dois mandatos do Sr. Brizola), cujo mérito era ter sido genro do falecido Alm. Amaral Peixoto, genro do Sr. Getulio Vargas...
E nada como nomear um político que se declara desconhecedor da Previdência Social como Ministro dessa pasta. Entende-se que o Sr. Alves desconheça a Previdência Social. É político há muito tempo e se aposentará (se já não estiver aposentado) como parlamentar. São outros quinhentos, completamente diferentes!!
Enfim, não como há tecer um comentário sobre cada um dos 37 ministros, assim como não há como ter um Ministério com essa quantidade de gente.
Mas virou moda nos oito anos de governo do Sr. da Silva e, por alguma razão, a Sra. Rousseff insistiu em emular seu ex-chefe. Paciência!
Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre (RS), 05 de janeiro de 2011
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