O assunto, por si só, já pede um cuidado mais apurado, principalmente, por causa da questão religiosa. Afinal, a civilização ocidental é – em sua maioria – cristã (como eu), ou seja, trazemos arraigados valores como solidariedade, tolerância e fraternidade muito presentes em nosso cotidiano.
Via de regra, o Cristianismo repugna a violência e prepondera a defesa da vida – tanto a nossa como a de outrem. Aprendemos que se deve olhar para o próximo como a nós mesmos, pois somos o “próximo” de outrem, também.
Bem ou mal, fomos moldados pelas regras dos 10 mandamentos bíblicos e pela LEI DE DEUS, onde JESUS nasceu para nos ensinar – primeira diferença preponderante, pois os orientais têm JESUS apenas como um PROFETA e não como o FILHO DE DEUS. Apesar disso, não somos melhores ou piores que outros irmãos de outras religiões, ao contrário, nos faz respeitá-los em seus credos, assim como desejamos ser respeitados nos nossos.
Antes de entrar no tema do artigo, é mister esclarecer o que é a “Irmandade Muçulmana”. A “Jamiat al-Ikhwan al-Muslimun” – em tradução literal “Sociedade de Irmãos Muçulmanos” - foi fundada oficialmente na década de 20 e até os anos 30 não se tem registro de qualquer ato deles contra não-muçulmanos.
Apesar de identificar-se como “Irmandade”, tem por base o fundamentalismo islâmico, se opondo radicalmente aos governantes do Egito, Marrocos, Turquia, etc. Seu mote principal é fazer valer o “próprio entendimento” do Corão (Livro Sagrado), não admitindo qualquer influência ocidental, inclusive retaliando os islâmicos moderados (sufi). Com o advento do Nazismo na Alemanha e seu ódio contra os judeus – com tropa composta de muçulmanos nazistas, fundadores da mesquita de Munique, local de refúgio pós-guerra –, o número de adeptos aumentou, passando de 800 para 200 mil membros em 1938. Alguns de seus adeptos foram membros da SS, ajudando a matar milhões de judeus, em especial no gueto de Varsóvia. É justamente neste exercício belicoso que nasce o ódio aos judeus e sua consequente perseguição.
O lema da “Irmandade” se tornou solene: “DEUS é o único objetivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A JIHAD (como identificam a GUERRA SANTA) é o único caminho e morrer por Deus através dela é a única esperança”.
Essa idéia nazista que virou uma segunda índole dentro da “Irmandade” pode ser comprovada pelo depoimento de testemunhas no julgamento de Mounir AL-Moutassadeq em 2002, acusado de participar dos ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas:
A visão de Atta (líder dos terroristas naquele atentando) baseava-se num modo de pensar nacional-socialista. Ele se convencera de que “os judeus” estão determinados a conquistar o domínio do mundo. Ele considerava a cidade de Nova York como o centro da comunidade judaica do mundo todo, esta que, em sua concepção, era o Inimigo Número Um.
Assim, em pesquisa mais profunda, a percepção do elo entre a “Irmandade” e o Nazismo se mostrará muito próximo. O perigo maior não se faz apenas contra Israel (inimigo nº1), mas contra todo o ocidente.
A “Irmandade” atua aproximadamente em 70 países, entre eles, o Brasil. Em cada região possui uma forma ímpar de agir, mas sempre como base a infiltração.
No Egito, por exemplo, a “Irmandade” constrói hospitais e escolas para pessoas carentes. Forma líderes políticos infiltrados em sindicatos e movimentos estudantis, pregando o antiamericanismo e o antisemitismo, mostrando-se sempre como “vítimas” da perseguição de ambos. Em outros países do Oriente Médio, criam grupos terroristas como o Hammas, a Jihad Islâmica Egipcia, o Fatah da Organização para Libertação da Palestina (OLP). No resto do mundo atuam nas redes sociais, através do Facebook e Twitter e, definitivamente, seus membros estão espalhados por todo Ocidente.
O EGITO
O ditador egipcio Mubarak se sustentou no poder usando como escudo o perigo emanado da “Irmandade Muçulmana” (fato real). Aos 82 anos, o chefe de Governo queria fazer seu filho, Gamal, seu sucessor.
Não deu. O povo egípcio deu um basta em 30 anos de ditadura. O resultado das ações populares foi a renúncia de Mubarak. Assumiu o controle político do país ficará temporáriamente a cargo do “Conselho das Forças Armadas”, que assegura que vai conduzir o país na transição para um regime democrático, sem abolir a autoridade civil.
Portanto, assim sendo, haverá eleição; no momento o favorito já preparado pela irmandade é Mohamed El-Baradei. E é bem aí que mora o perigo! Tendo a “Irmandade” criado o Hamas que domina a faixa de Gaza, hoje fechada para o lado egípcio, como ficará o quadro geopolítico, caso a “Irmandade” venha a vencer as eleições? Respeitarão a democracia a qual o país será conduzido ou dará um golpe nela?
Essa semana a “Irmandade Muçulmana” foi cantada em prosa e verso pela imprensa mundial com a revolução acontecida no Egito, chamada como baluarte da democracia e da justiça social. Se o caso não fosse tão sério, seria de morrer de rir. Pois uma “Irmandade” que não aceita e respeita seus irmãos islâmicos moderados, cria e mantém grupos terroristas, como pode ser chamada de defensora da DEMOCRACIA e da JUSTIÇA SOCIAL?
Fato é que nem o povo egípcio sabe o que é Democracia, se revoltou diante de anos de repressão e miséria, a má qualidade de vida. A força da “Irmandade Muçulmana” no Egito não pode e nem deve ser subestimada.
Diante de tudo isso, a preocupação ocidental também não é pequena, pois está nas mãos dessa parte do mundo o necessário PETRÓLEO. Situação delicada é pouco!
Nessas horas gosto sempre de lembrar de Winston Churchill:
“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”
Ou...
Se Hitler invadisse o Inferno, eu cogitaria de uma aliança com o Demônio.
Texto: Carla Pola, Professora, Tubarão, Santa Catarina, Brasil
Publicado originariamente no blogue TÁBULA POLÍTICA, domingo, 13 de fevereiro de 2011
Enviado por Aderval Pires Gomes, por e-mail
Edição: JP
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