quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cidades fantasmas chinesas podem afundar economia mundial

Kangbashi: cidade habitada por fantasmas
Luis Dufaur
Enormes cidades-fantasma povoam o horizonte chinês e ameaçam jogar por terra o castelo de baralho da planificação econômica marxista, segundo descrição da “Folha de S. Paulo”. Milhares de prédios novos em cidades completas e novas em folha, mas desabitadas, existentes em várias regiões chinesas, sugerem que imensa bolha imobiliária chinesa está em vias de fazer voar pelos ares aos pedaços a economia mais desequilibrada do mundo. A escala dos empreendimentos vazios impressiona os observadores estrangeiros.
Só em Chenkgong, no sudoeste chinês, há, vazios, 100 mil apartamentos e uma vasta infraestrutura de universidades, escolas, bancos e até duas estações de trem inteiramente fora de uso por inexistência de usuários.

Taiyuan: seres humanos são raridade. Bolha pode explodir.
A mais famosa das cidades fantasmas é Ordos, na desértica Mongólia Interior: 300 mil apartamentos e uma vasta infraestrutura, mas a população, segundo cálculos oficiais, é de cerca de 30 mil pessoas. O governo precisava de cifras vertiginosas de crescimento para projetar a imagem da China no mundo.
Os funcionários estatais imaginavam cidades completas – ai deles se não o fizessem – com os mais variados argumentos e o governo os financiava alimentando vertiginosamente a bolha financeira.

Taiyuan: porco do mato anda como em sua floresta.
Em Tianjin – cidade portuária que fica a meia hora da capital em trem-bala – um novo bairro, chamado Yujiapu, com dezenas de prédios de escritório, cresce para servir a um polo de empresas financeiras. Será concluído em 2019 e terá réplicas de edifícios de Manhattan, incluindo o Rockfeller Center.
O custo estimado é de R$ 63 bilhões. Ele acrescentará mais 9,5 milhões de metros quadrados de escritórios e ameaça virar mais uma enorme cidade fantasma.

Taiyuan: polícia abateu porco do mato em caçada surrealista.
Em Hainan, ilha no sul do país, emerge a Phoenix Island, um arquipélago artificial que abrigará um resort e uma torre de 200 metros, apelidada de “Dubai da China”. O empresário britânico Mark Kitto, radicado na China, prevê que a bolha estourará ou, numa hipótese mais remota, se desinchará lentamente, gerando instabilidade social. Ao mesmo tempo, há dezenas de milhões de chineses morando em condições miseráveis, muitos deles expulsos de seus casebres para liberar terreno para essas cidades-fantasma que não são para eles. Ao se associar economicamente à China, o Ocidente está abraçando um colosso de papelão que na sua queda poderá arrastar o mundo ao mais fundo dos precipícios.

Shoppings enormes e vazios, sem consumidores.


Título e Texto: Luis Dufaur, no blogue “Pesadelo Chinês”, 03-10-2012

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