Francisco Vianna
Apenas alguns dias depois de o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
ter sugerido de novo que seu país poderia em breve desfechar um ataque aéreo
preventivo contra instalações nucleares iranianas, o que se viu foi o envio de
uma enorme frota naval pelas potências ocidentais e de seus aliados do Oriente
Médio para o Golfo Pérsico.
O jornal londrino “Daily Telegraph”, citando fontes
militares da OTAN, afirmou que a frota naval é composta de belonaves de 25
países, inclusive três porta-aviões completos dos EUA – cada um deles com mais
aeronaves do que toda a força aérea do Irã – lá estão para participar de um
novo exercício anual conjunto, mas que não era segredo para ninguém que o
“inimigo”, nas manobras, é apelidado de ‘Irã’.
Apenas um desses porta-aviões americano tem mais aviões do que toda a força aérea do Irã... |
Há um grande receio das
potências ocidentais que Israel, de fato, passe das palavras à ação e ataque o
desafiante programa nuclear iraniano e que a república islamofascista retalie tentando
fechar o Estreito de Hormuz, uma passagem marítima relativamente estreita por
onde flui no Golfo Pérsico o trânsito de 18 milhões de barris de petróleo, ou algo
em torno de 35 % do comércio mundial da mercadoria, fazendo com que tal
estrangulamento se torne potencialmente catastrófico para as economias dos EUA,
da Grã-Bretanha, da Zona do Euro, do Japão, entre outras.
Existe também uma considerável
preocupação de que Israel esteja planejando atacar o Irã antes das eleições
presidenciais americanas em novembro próximo com a finalidade de forçar o Presidente
Barack Obama a dar apoio militar à iniciativa de Tel Aviv. Obama provavelmente
perderia una enorme quantidade de votos dos americanos pró-Israel caso não
ajudasse militarmente a iniciativa bélica israelense. O governo israelense está
preocupado com o fato de que esperar a eleição nos EUA – e caso Obama seja
reeleito – tornaria a Casa Branca menos propensa a prover a ajuda militar que
Tel Aviv eventualmente necessitaria.
No mês passado, houve uma
série de reuniões entre autoridades americanas e o Primeiro Ministro Netanyahu,
juntamente com o Ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ostensivamente,
para pressionar Israel a não usar a força militar por enquanto. Obama e outros
líderes ocidentais continuam a insistir em que há esperança para uma solução
diplomática, apesar de recentes relatórios da Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) sugerir que, nos últimos 10 anos, os esforços diplomáticos
serviram apenas para acelerar o programa nuclear iraniano.
Netanyahu disse, na semana
passada, que "o mundo diz a Israel que
'espere’, e que ‘ainda há tempo’. E eu digo, 'tempo para o que? Esperar até
quando’? Na verdade, aqueles que, na comunidade internacional, se recusam a
estabelecer linhas vermelhas limites para o Irã não têm o direito moral de
estabelecer uma linha vermelha limite para Israel".
O Primeiro-Ministro judeu reiterou
a urgência da situação numa série de entrevistas à imprensa americana neste
último fim de semana. Quando lhe foi perguntado na Reunião de Imprensa da NBC
sobre a possibilidade de se levar a efeito uma estratégia de contenção
semelhante à que foi executada com relação à União Soviética, quando esta se
tornou nuclear, Netanyahu disse que o Ocidente está subestimando o fanatismo do
regime iraniano. "Acho o Irã
totalmente diferente da ex-USSS, pois o país persa situa seu fanatismo acima de
sua própria sobrevivência... Gostaria de confiar na racionalidade",
disse o líder israelense, "mas
trata-se aqui do mesmo fanatismo religioso e político que vemos manifesto nos
selvagens ataques às suas embaixadas recentemente. O que vocês querem? Que
esses fanáticos irracionais tenham armas nucleares”?
Título e Texto: Francisco Vianna (com base na mídia
internacional), 12-10-2012
Fonte: Israel Today
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-