quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Inimigo fidalgal

Dias Toffoli, foto: José Cruz/ABr
Para inocentar José Dirceu, Dias Tofoli repetiu aquela presepada de Ricardo Levandowsky de que o ex-deputado do PTB Roberto Jefferson é inimigo fidalgal do ex-ministro. Mas porque Roberto Jefferson é inimigo fidalgal de José Dirceu? – Eis o enredo: Roberto Jefferson, que também era do bando, queria do esquema mais que os 4 milhões do que havia sido combinado com José Dirceu. Queria 20 milhões. Dirceu se negou a dar mais. Jefferson insistiu, insinuando que poderia virar a mesa. Quando, certamente pelas mãos do Zé Dirceu, mandou montar aquele flagrante de corrupção do Marinho, recebendo aqueles míseros 3 mil Reais nos Correios. A intenção da cúpula petista no flagrante era bem clara: dar um golpe de misericórdia em Jefferson, espécie de corretivo exemplar, para ele nunca mais se rebelar contra as decisões da cúpula que estava no Poder. Como bem disse o amigo Anselmo Cordeiro, o raciocínio era elementar: se Jefferson denunciasse o esquema, ele cairia junto, e os cardeais petistas achavam que ele não seria louco de fazer isso. Mas foi aí que quebraram a cara, porque depreciaram a capacidade de reação de Jefferson. O inconformado Jefferson lançou, então, um petardo dentro do covil, mesmo sabendo que sucumbiria junto.
Por tal enredo, elementar que o valor deste “inimigo fidalgal” conduz automaticamente como admissão de PROVA e não uma desqualificação como tentaram fazer.
Mas então... A maioria dos ministros do STF concluiu que o governo Lula por meio da atuação do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), comandou um esquema criminoso para a compra de apoio político no Congresso. O objetivo era garantir a aprovação de matérias de interesse do Executivo na Câmara dos Deputados, como a reforma da Previdência. Alguns ministros apontaram que isso fazia parte de um projeto de permanência no poder e expansão do PT.
A conclusão acima da maioria dos ministros do STF condenando o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, logo, abre uma imensa contradição em não indiciar e reconhecer Lula como sabedor e benificiário do mensalão. Provas?! Oras, como disse o ministro Gilmar Mendes referindo-se a José Dirceu, há a responsabilidade.
Ladrão que bate carteira não vai passar recibo para a vítima.
...Só para constar: “fidalgal” tem a ver com fidalgo e não com fígado como queriam os nobres ministros expressar. O correto seria “inimigo figadal”.
Título e Texto: Plínio Sgarbi, 10-10-2012

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