quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O chefe da quadrilha


Peter Rosenfeld
Todos os brasileiros de bem estão lavando suas almas com o julgamento do mensalão pelo STF.
Tenho para mim que, de forma geral, a maioria, ou a quase totalidade dos ministros estão julgando com absoluta isenção.
As duas constantes exceções não surpreendem ninguém; deveriam, sim, envergonhar seus autores!
Mas confesso que um pensamento, ou sentimento, não me sai da cabeça, e tenho esse pensamento há muito tempo: o verdadeiro CHEFE da quadrilha de mensaleiros não está sendo julgado!
Para todos os efeitos até a presente data, esse verdadeiro e real “chefe” era o Sr. José Dirceu que, devo confessar, tem todas as qualificações e, mesmo, características, de um “chefe”.
Mas, em minha opinião, não era ele o “PODEROSO CHEFÃO’.
Esse era o cidadão batizado como Luis Inácio da Silva, ao qual adicionou a alcunha Lula.
O Sr da Silva sabia de tudo; aprovava tudo! Dava as ordens, que o Sr. Dirceu executava.
E, como muitos chefes de quadrilha fazem, até para “proteger” toda a organização, nunca revelava sua verdadeira identidade.
Quando indagado, sempre negou tudo o que dissesse respeito a “conhecer” os fatos, os crimes, as bandalhas que vinham sendo cometidas; tão cega e inocente foi a sociedade que sempre acreditou (ou fez de conta que acreditava) na versão do chefe oculto.
Em política, muitas coisas absurdas acontecem! Talvez a mais notória dos últimos 80/100 anos foi o fenômeno Hitler, que a partir de 1930 dominou o povo alemão, mesmerizou-o de tal maneira que acabou idolatrado, a ponto de jogar o País (que nem era o seu de origem, pois Hitler era austríaco) na mais absurda guerra que até então tinha sido vivida.
Não preciso dizer como essa maluquice terminou: milhões de mortos, em parte exterminados, em parte a mando do próprio Hitler (holocausto).
Aqui não chegamos a tal extremo, mas certamente o plano do Sr. da Silva, incensado por seus áulicos, era dominar o País e mantê-lo assim por muito tempo.
Mas, como não tinha (e continua não tendo) coragem de assumir que o Chefe de fato é ele, fez com que o Sr. José Dirceu fosse responsabilizado pelo todo!
Confesso que estou muito curioso como será o futuro do Brasil! E lamento que, com toda a probabilidade, dada minha idade atual, só terei oportunidade de conhecer esse futuro durante prazo bastante limitado.
Mas analisando as Américas, excetuados o Canadá e os EE.UU., não vejo que a democracia verdadeira venha a ser a regra no longo prazo.
Parece que nas três Américas, com as exceções que acabo de mencionar, o sangue latino é mais propenso a ditaduras e a regimes de força.
Mesmo onde houve tentativas de instauração de regimes democráticos, todas falharam redondamente (a exceção que prova a regra é a Costa Rica). Em algumas a democracia durou um pouco mais do que o pouco tempo em que prevaleceu na maioria das nações.
Mas, como um todo, os latinos estão demonstrando cabalmente que preferem ser mandados por ditadores e assemelhados do que viverem em regimes democráticos!
Momentaneamente, parece que todos os países (exceto Cuba) das Américas são governados por regimes democráticos. Mas...por quanto tempo? Argentina, Chile, Bolívia, Perú, Equador, Venezuela, etc., são governados por regimes verdadeiramente democráticos? Há quanto tempo e, mais importante, por quanto tempo?
E aqui vai um alerta aos americanos do norte: a população latina está crescendo em níveis notáveis naquele país, que em algumas não muitas dezenas de anos, farão com que o idioma espanhol seja mais importante do que o inglês (ou do que qualquer outro).
O inglês continuará sendo o idioma dominante no resto do mundo (nas relações internacionais naturalmente). Mas o espanhol será o idioma dominante nos EE.UU! (quem viver, verá!).
Ora, e como os latinos não são muito chegados ao sistema democrático de governo, como vem demonstrando sobejamente, aí está nosso futuro!
Sei que essa minha tese é surpreendente e, com toda a certeza, haverá protestos e negativas de toda a ordem.
Como somos “finitos”, a maioria dos que me lêem protestará, o que é perfeitamente previsível. Mas o tempo me dará razão.
Voltando ao Brasil, o já famoso “mensalão” foi uma tentativa real de ignorar a democracia, um sistema verdadeiramente democrático de governo.
Quanto tempo levará para que haja um novo “mensalão” ou algo assemelhado? Não me atrevo a palpitar. Espero que nunca mais ocorra!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 17 de outubro de 2012

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