Peter Rosenfeld
Todos os brasileiros de bem
estão lavando suas almas com o julgamento do mensalão pelo STF.
Tenho para mim que, de forma
geral, a maioria, ou a quase totalidade dos ministros estão julgando com
absoluta isenção.
As duas constantes exceções
não surpreendem ninguém; deveriam, sim, envergonhar seus autores!
Mas confesso que um
pensamento, ou sentimento, não me sai da cabeça, e tenho esse pensamento há
muito tempo: o verdadeiro CHEFE da quadrilha de mensaleiros não está sendo julgado!
Para todos os efeitos até a
presente data, esse verdadeiro e real “chefe” era o Sr. José Dirceu que, devo
confessar, tem todas as qualificações e, mesmo, características, de um “chefe”.
Mas, em minha opinião, não era
ele o “PODEROSO CHEFÃO’.
Esse era o cidadão batizado
como Luis Inácio da Silva, ao qual adicionou a alcunha Lula.
O Sr da Silva sabia de tudo;
aprovava tudo! Dava as ordens, que o Sr. Dirceu executava.
E, como muitos chefes de
quadrilha fazem, até para “proteger” toda a organização, nunca revelava sua
verdadeira identidade.
Quando indagado, sempre negou
tudo o que dissesse respeito a “conhecer” os fatos, os crimes, as bandalhas que
vinham sendo cometidas; tão cega e inocente foi a sociedade que sempre
acreditou (ou fez de conta que acreditava) na versão do chefe oculto.
Em política, muitas coisas
absurdas acontecem! Talvez a mais notória dos últimos 80/100 anos foi o
fenômeno Hitler, que a partir de 1930 dominou o povo alemão, mesmerizou-o de
tal maneira que acabou idolatrado, a ponto de jogar o País (que nem era o seu
de origem, pois Hitler era austríaco) na mais absurda guerra que até então tinha
sido vivida.
Não preciso dizer como essa
maluquice terminou: milhões de mortos, em parte exterminados, em parte a mando
do próprio Hitler (holocausto).
Aqui não chegamos a tal
extremo, mas certamente o plano do Sr. da Silva, incensado por seus áulicos,
era dominar o País e mantê-lo assim por muito tempo.
Mas, como não tinha (e
continua não tendo) coragem de assumir que o Chefe de fato é ele, fez com que o
Sr. José Dirceu fosse responsabilizado pelo todo!
Confesso que estou muito
curioso como será o futuro do Brasil! E lamento que, com toda a probabilidade,
dada minha idade atual, só terei oportunidade de conhecer esse futuro durante
prazo bastante limitado.
Mas analisando as Américas,
excetuados o Canadá e os EE.UU., não vejo que a democracia verdadeira venha a
ser a regra no longo prazo.
Parece que nas três Américas,
com as exceções que acabo de mencionar, o sangue latino é mais propenso a
ditaduras e a regimes de força.
Mesmo onde houve tentativas de
instauração de regimes democráticos, todas falharam redondamente (a exceção que
prova a regra é a Costa Rica). Em algumas a democracia durou um pouco mais do
que o pouco tempo em que prevaleceu na maioria das nações.
Mas, como um todo, os latinos
estão demonstrando cabalmente que preferem ser mandados por ditadores e
assemelhados do que viverem em regimes democráticos!
Momentaneamente, parece que todos
os países (exceto Cuba) das Américas são governados por regimes democráticos.
Mas...por quanto tempo? Argentina, Chile, Bolívia, Perú, Equador, Venezuela,
etc., são governados por regimes verdadeiramente democráticos? Há quanto tempo
e, mais importante, por quanto tempo?
E aqui vai um alerta aos americanos
do norte: a população latina está crescendo em níveis notáveis naquele país,
que em algumas não muitas dezenas de anos, farão com que o idioma espanhol seja
mais importante do que o inglês (ou do que qualquer outro).
O inglês continuará sendo o idioma
dominante no resto do mundo (nas relações internacionais naturalmente). Mas o
espanhol será o idioma dominante nos EE.UU! (quem viver, verá!).
Ora, e como os latinos não são
muito chegados ao sistema democrático de governo, como vem demonstrando sobejamente,
aí está nosso futuro!
Sei que essa minha tese é
surpreendente e, com toda a certeza, haverá protestos e negativas de toda a
ordem.
Como somos “finitos”, a
maioria dos que me lêem protestará, o que é perfeitamente previsível. Mas o
tempo me dará razão.
Voltando ao Brasil, o já
famoso “mensalão” foi uma tentativa real de ignorar a democracia, um sistema
verdadeiramente democrático de governo.
Quanto tempo levará para que
haja um novo “mensalão” ou algo assemelhado? Não me atrevo a palpitar. Espero
que nunca mais ocorra!
Título e Texto: Peter Wilm
Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 17 de outubro de 2012
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