MÁRIO SOARES: GOVERNO VAI CAIR
DURANTE A DISCUSSÃO DO OE
Ex-Presidente da República diz
que não há memória de um Governo tão contestado como o de Passos Coelho desde o
25 de Abril.
Jornal “i”
Lembras-tes deste verão?
Eu ainda sou do tempo em que o
Fundo Monetário Internacional aterrou em Portugal pelas mãos de Mário Soares.
Quem pertence à geração que nasceu nos anos 60 do século passado, como é o meu
caso, lembra-se disso - e de muito pior.
Por duas vezes o FMI foi chamado a intervir: em 1977 e 1983. Em ambas as
ocasiões, era Mário Soares o primeiro-ministro - e por essas e outras
razões foi chamado de "amigo americano" pelo PCP e por diversas
forças políticas minúsculas, algumas delas agrupadas agora no Bloco de
Esquerda.
O terrível défice público de
9,3% do governo Sócrates é pequeno ao pé dos mais de 13% de 1976, então o maior
desde 1920. Mas a recessão de 1983-1984
foi a mais grave desde a II Guerra Mundial, só ultrapassada pela actual
crise. Entre 1977 e 1978 venderam-se 172 toneladas de ouro do Banco de
Portugal. Os défices das empresas públicas atingiam 8,1% do Produto Interno
Bruto.
Tudo isto no meio de golpes
políticos e ameaças militares, com um Conselho da Revolução que ditava ordens e
derrubava governos, a que acresciam greves gerais e manifestações semanais. Não
havia gasolina nas estações de serviço, nem pão nas padarias. Racionava-se o
açúcar e o arroz. Ainda assim, o desemprego era menor: 7,2% em 1977 e 10% em
83-84, contra os 10,5% de hoje. Mas o poder de compra dos portugueses minguava
todos os meses, com o escudo a desvalorizar 20% entre 77 e 79.
Jornal "i"
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