sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A "casa de alterne"

Alberto de Freitas
Tomara que vençam. Refiro-me ao Congresso das Alternativas, evento onde todos os diferentes são iguais. Refiro-mo às loucuras. Pois os organizadores - desde o jovem Galamba (prova que a loucura não escolhe idade), ao ancião Boaventura Sousa Santos (prova que há loucuras que perduram no tempo) - convidam a juntar-se todas as esquerdas. Todas. O que coloca dúvidas: a ala esquerda da extrema-direita, será esquerda? Ou direita, a ala direita da extrema-esquerda?
São estas confusões que atrasam a revolução e reforçam a crise.
Mas a saída da crise é a promessa-propósito do dito Congresso, alternativo de seu nome. Pois vai discutir a passagem da escassez para a abundância. É tudo uma questão de políticas, dizem eles.


A solução, preconiza o jovem Galamba - garante do futuro alternativo, ao estilo "Twilight Zone": "o euro é uma arma de destruição maciça" -, alega o dito jovem em significado alternativo, pois para ser uma arma que eliminasse em larga escala, deveria ser "massiva". Depreende-se portanto que "massiva" é coisa de direita.
Bem, mas pondo a mão na massa, vamos ao que interessa: fabricar escudos. Fazendo dinheiro, haverá educação gratuita, saúde à borla, reformas em idade decente. Qualquer dúvida neoliberal sobre quem paga, é de imediato desfeita: fazendo mais dinheiro.
Imagino que se referem a dinheiro alternativo. Mais útil que o actual, o dito euro, pois servirá tanto para pagar batatas como para limpar o rabo.
Ao pensamento de direita neoliberal sobre inflação e supermercados com prateleiras vazias, responde-se com a solução: um governo de esquerda. Melhor: com todas as esquerdas. E políticas de controlo de preços. Exemplos? Olha, têm um bem quentinho: a Argentina. Da Europa tínhamos a França mas o raio do Hollande roeu a corda.
Lembrando a frase que a solução não está em salários baixos, pois aparecerá sempre alguém mais barato - ideia força de toda a esquerda - é desmentida pela solução escudo, pois trabalho mais barato será difícil. Porque trabalhadores pagos a papel pintado, é solução que até para os chineses é de difícil aplicação. Mas para a esquerda alternativa, não.
Será escusada qualquer sobressalto de racionalidade económica, pois tal como em orgia romana, vão embriagar-se com as próprias ideias. Será a chusma de artures baptistas da silva, misturados com imbecis keynesianos-graças-a-Deus, mais "pagadores-amanhã" de promessas e artistas da intelectualidade subsidio-dependente.
Quando ganharem - porque vão ganhar - será um espectáculo interessante... visto de fora, que é onde espero estar.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 08-02-2013

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