quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Um programa que é como é e nada mais do que isso

Alexandre Guerra
Ainda mal tinha terminado o programa da RTP 1, "O País Pergunta", estreado esta Quarta-feira à noite, com Pedro Passos Coelho como primeiro convidado, e já estavam os comentadores do costume preparados para lançar as farpas habituais ao formato do programa e à prestação do primeiro-ministro, sem qualquer distanciamento crítico e analítico que se exige a gente que desempenha este tipo de papel.


Ao PiaR interessa apenas a matéria relativa à vertente comunicacional do programa. E aqui, diga-se justamente, apenas Ricardo Costa conseguiu olhar para o programa como ele foi: uma simples conversa entre convidado e público. Não se tratava de uma entrevista clássica nem pretendia ser um espaço tradicional jornalístico ou debate televisivo. E isto foi assumido com uma certa naturalidade e até humildade pelo director do Expresso, reconhecendo inclusive que, entre algumas perguntas menos conseguidas, havia outras colocadas por pessoas "normais" que ele jamais se lembraria.

Quanto aos outros comentadores que por aquela hora estavam repartidos pela SIC N, TVI24 e RTPI, foi um triste espectáculo ver o seu pensamento toldado e a sua arrogância sem limites, impossibilitando-os de fazer uma análise objectiva e crítica de um formato que nada tem de inovador nem de nefasto, mas que só agora chegou a Portugal. Trata-se, efectivamente, de um modelo experimentado em várias partes do mundo, nomeadamente nos Estados Unidos, e que cumpre com a função para o qual foi idealizado. Apenas isto e só isto.

Quando os próprios comentadores se lançam num ataque voraz e cego ao formato do programa para atingir a prestação do convidado acabam por estar a passar a si próprios um atestado de incompetência.
Ainda mais estranho quando se ouve da boca de um desses comentadores, no alto de toda a sua sapiência, que as pessoas do público não tinham feito as perguntas que verdadeiramente interessavam.

E parece ser também moda, colocar nestes painéis de análise comentadores orientados ideologicamente, mas que ali aparecem transvestidos de pessoas isentas. Pior ainda, são os próprios jornalistas/moderadores a perderem a noção de imparcialidade e a assumirem um juízo de valor em relação ao objecto de análise. 
Título, Imagem e Texto: Alexandre Guerra, PiaR, 10-10-2013
O País Pergunta de 09 Out 2013 - RTP Play - RTP

Um comentário:

  1. Dá raiva ver Pedro Adão e Silva, um inimigo feroz e vulgar do atual PM, ser titulado como "Comentador da SIC/Sociólogo" quando ele anda por aí na qualidade de quadro do Partido Socialista...
    E outros exemplos...

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