domingo, 16 de fevereiro de 2014

Seguro faz-se ao mar

John Wolf

Quando certos lideres políticos se põem a debitar máximas, sabemos que estão desesperados. António José Seguro não sabe bem que galho deve agarrar para não ficar pendurado e avança com esta ideia peregrina - Sines, capital da humanidade. Se quisermos ser justos, este socialista deveria partilhar o projecto com Cavaco. Sim, foi o presidente que por aí andou a apregoar as virtudes do mar e das fainas.


Ora, o amigo Seguro parece não ver o mundo em que vivemos. Para Sines ser o hub marítimo inter-modal de referência, é necessário que a Europa esteja a florescer economicamente. Daqui a nada, se deixarem, os conselhos de ministros realizar-se-ão nessa terra alentejana. Como os primeiros fundos comunitários que chegaram a Portugal foram esbanjados no alcatrão das auto-estradas, essa "desculpa" já não serve. Há que inventar uma outra narrativa para justificar novos fundos comunitários. Um guião para lançar caminhos de água, cursos de formação na arte de marear e desviar.

Vira o disco e toca o mesmo. E, essencialmente, serve esta imagem para ilustrar o vazio de ideias que Seguro traz no alforge. É como se quisesse ser o neo-infante D. Henrique, o descobridor do caminho marítimo para São Bento. Enfim, com este senhor Portugal não vai longe e não dobrará as tormentas.

A questão que deve ser colocada em plena época de listas europeias; como é que este senhor chegou a secretário-geral do PS e quem destronará o almirante do Rato? Já percebemos que nem serão as eleições legislativas a determinar essa ocorrência. Será certamente um inside job, um golpe palaciano, com Costa à mistura, Soares na retaguarda (ou não), mas uma coisa é certa: os socialistas têm de desencravar esta unha se é que pretendem credibilizar-se junto do público que não é necessariamente socialista.

O homem parece se ter lembrado do mar por causa do Meco ou das tempestades que têm fustigado a costa portuguesa. Deu-lhe para aquilo. Para a semana será outra coisa qualquer.
Título, Imagem e Texto: John Wolf, “Estado-Sentido”, 16-02-2014

Seguro quer Sines como plataforma logística internacional. Que é mais ou menos que dizer que queremos carros fabricados na autoeuropa.

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