Valdemar Habitzreuter
A semana que passou foi de
intenso embate político no Congresso onde os parlamentares quase chegaram a
vias de fato em questões do impeachment de Dilma e afastamento do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha [foto]. A oposição foi vencedora para a comissão do processo do
impeachment, e as sessões, para afastar Cunha da presidência da Câmara, não
deram em nada por enquanto, face a manobras do presidente de conseguir sempre
adiar a votação.
Enquanto se briga em manter ou
não Dilma no governo e exigir a cassação de Cunha, pipocam cá e acolá outros
escândalos de corrupção e intimações de depoimentos. Assim, surge agora o
escândalo de corrupção relativo às obras de transposição do rio São Francisco e
a intimação do ex-presidente Lula para depor novamente na operação Zelotes
referente ao envolvimento de seu filho Luiz Claudio.
Com tudo isso, o Brasil fica
em compasso de espera. Não há governo. Nos ministérios de Dilma reina a apatia,
as ações estão voltadas unicamente para a defesa da presidente. O ministro Levy
já está de ‘saco cheio’ de tanto desencontro do governo e, por isso, não
consegue aprovação de suas propostas econômicas. A Agência Moody’s já deixou
ver o descrédito no Brasil ao baixar a nota de investimento. As coisas vão de
mal a pior para o Brasil. E o grande culpado, o PT, se faz de inocente. O poder
o fascinou e deixou de governar para o povo para dedicar-se exclusivamente ao
seu projeto de poder por vias sórdidas e escusas.
Amanhã, 13 de dezembro, há a
convocação da população para sair às ruas pelo Brasil afora e exigir a saída de
Dilma. Creio ser o único instrumento de pressão para fazer ver, a quem de
direito, que há uma vontade de mudança, e essa mudança precisa ser feito já. O
povo não aguenta mais o prolongamento dessa crise política e econômica. A
vontade popular deve ser respeitada e levada em consideração pelos nossos
representantes no Congresso. Quem sabe que as manifestações do dia de amanhã
sirvam de sinal no qual nossos congressistas e juízes possam se inspirar para
tomar suas decisões acertadas.
A semana entrante, pois,
promete ebulições políticas e façamos votos que seus vapores estejam carregados
de esperanças para o povo. A quarta-feira vindoura é o dia de grande
expectativa em que acontece, no plenário do Judiciário, a avaliação da validade
ou não da sessão do Congresso que deu como vencedora a chapa alternativa da
oposição na questão do impeachment. Seria aviltante o Judiciário medir forças
com o poder legislativo e até mesmo substituí-lo no processo do impeachment.
Sendo um caso político, o impeachment deve ser tratado na Casa do Congresso. A
participação do poder judiciário fica restrita a que se observe o que reza a
Constituição para que esta não seja burlada. Independência dos poderes é sinal
de democracia; caso contrário, é uma democracia de fachada; cada poder em seu
galho, portanto.
Acima dos três poderes, está o
poder do povo que outorgou sua vontade do ideal democrático aos três poderes
constituintes de nossa Democracia, e é ele, portanto, que deve ser respeitado e
enaltecido. O povo já demonstrou que não quer uma ‘cleptocracia’ e nem um poste
ineficaz a representar a Democracia.
Amanhã estará de volta às ruas
para relembrar aos nossos representantes os verdadeiros ideais democráticos.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 12-12-2015
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