Pe. Romano
Todos se recordam que, ao se
dirigir à multidão reunida na Praça de São Pedro no dia 13 de março de 2013, o
Cardeal Jorge Mario Bergoglio, imediatamente após a sua eleição como Papa,
apresentava-se como um bispo que vinha do fim do mundo, aludindo, obviamente, à
distância geográfica entre a Argentina e Roma. Não demorou muito para
percebermos que a distância que separava o ex-arcebispo de Buenos Aires da
Cidade Eterna não era apenas geográfica, e que a locução “fim do mundo” parecia
ter uma conotação não apenas de localização, mas quase apocalíptica. Palavras e
atos o demonstram desde o princípio, desde aquela inesperada aparição no balcão
da Basílica Vaticana.
Infelizmente, a cada dia que
passa, o abismo entre os atos de Bergoglio e a Sé de Pedro se aprofunda sempre
mais. É impossível, a quem tem um mínimo de bom senso católico, não perceber a
realidade dos fatos. Quem não tem esse senso católico vibra alucinadamente,
pois se dá conta, claramente, que a intenção do Papa é de mudar a Igreja. Mas,
que mudança almeja Francisco? Para muitos – inclusive pessoas bem intencionadas
– trata-se de uma mudança boa, legítima, porque se está reportando a Igreja à
sua origem evangélica, libertando-a de todos os resquícios de mundanidade,
acumulados durante os séculos, e de doutrinas ultrapassadas. Seria bom recordar
que há quase 500 anos, na Alemanha, um padre agostiniano, chamado Martinho
Lutero, tinha o mesmo ideal de “mudança” e, a seu modo, levou-o adiante,
“reformando” a Igreja.
A “reforma” de Bergoglio é
mais sutil, e já foi testada — e condenada por um seu predecessor, São Pio X —
porque procura manter as aparências destruindo a essência. Daí, gestos,
discursos e frases, que podem ser aceitos por qualquer católico, serem
misturados com outros tantos gestos, discursos e frases que, no passado seriam
condenados. O resultado é uma grande confusão na já tão confusa mente dos fiéis
e Pastores.
Estou persuadido de que a gota
d’água desta revolução bergogliana foi o último vídeo do Vaticano no qual o
próprio Papa diz o que pensa a respeito de diálogo ecumênico e inter-religioso.
Trata-se de algo escandaloso. De fato, a Religião Católica e, sobretudo, Nosso
Senhor Jesus Cristo, são colocados no mesmo patamar das demais religiões –
falsas – e dos outros deuses – demônios. Trata-se de uma nova crença, na qual o
“deus amor” – qual? Buda, Alá, Cristo e, por que não, Satã? – é proclamado o
Pai de todos, sem distinção, sem qualquer ligação com a fé verdadeira e o
batismo. E não se pode sequer apelar para as sempre famigeradas improvisações
de Francisco, pois o texto está escrito.
Doeu-me na alma ver a imagem
do Deus Menino colocada ao lado de um buda; feriu-me o coração de cristão e
sacerdote ver um padre equiparado a infiéis. O que pensar de tudo isso? Como
permanecer sereno quando aquele que detém na terra o poder das chaves, o poder
de ligar e desligar, parece usar estas chaves para abrir as portas do Inferno?
Como não recordar a Bula “Exsurge, Domine”, com a qual o Papa… excomungava o
herético e cismático Lutero, suplicando a Deus, com as palavras do Salmista,
que se erguesse e derrotasse seus inimigos?
Tenho repetido muitas vezes,
nestes dias, o ato de fé, pedindo a Deus a graça de viver e morrer como padre
católico:
“Creio firmemente que há um só
Deus, em três Pessoas realmente distintas, Pai, Filho e Espírito Santo, que dá
o céu aos bons e o inferno aos maus para sempre. Creio que o Filho de Deus se
fez Homem, padeceu e morreu na Cruz para nos salvar, e que ao terceiro dia
ressuscitou. Creio tudo o mais o que crê e ensina a Santa Igreja Católica,
Apostólica, Romana, porque Deus, Verdade infalível, o revelou. Nesta crença
quero viver e morrer. Assim seja.”
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