Aparecido Raimundo de Souza
Vamos aproveitar
que se aproxima a Semana Santa, para falarmos um pouco daquele ILUMINADO que
veio à Terra para nos livrar dos pecados. Buscamos, pois, para nossa
orientação, o “Dicionário Ecumênico da Bíblia Sagrada”, anotado pelo monsenhor
José Alberto Lopes de Castro Pinto, em sua edição original de 1994, publicado
pelo Instituto Bíblico do Brasil, atualizado depois nos anos seguintes de 1995
a 2016. Referindo-se a Jesus Cristo ele discorre o seguinte:
“A vida de Jesus
na Terra foi muito breve, pouco mais de 35 anos que se costuma dividir em três
períodos: o nascimento e infância, a vida oculta em Nazaré, e a vida pública
culminando com sua paixão e morte na cruz”.
E explica:
“Os
acontecimentos do primeiro período vêm revelados principalmente no Evangelho de
São Lucas e alguma coisa no de São Mateus, constando do seguinte: a anunciação
do nascimento do precursor de Cristo, São João Batista; a anunciação do
nascimento de Jesus, que foi feita pelo arcanjo São Gabriel à Maria; a visita
de Maria a Isabel, sua prima que estava para dar a luz a João Batista; o
nascimento de João; o nascimento de Jesus; a visita dos Pastores a Jesus e sua
apresentação no Templo; a morte dos Inocentes por ordem de Herodes; a fuga da
Sagrada Família para o Egito, e seu regresso a Nazaré”.
Pois bem:
Se nos permitem,
procuramos saber mais alguma coisa a respeito do Filho de Deus, nosso Benfeitor
Maior. E o que descobrimos não é novidade para ninguém. Faz parte da história
desse Homem simples e humilde, que nasceu em uma estrebaria, Jesus, conhecido
também por Alfa e Ômega (Apoc. 22:13), Emanuel (S. Mat. 1:23) e Messias
(Dan.9:25), entre outros, é a forma latina de uma palavra grega derivada do
hebraico “Jehoshua”, que significa “ajudar”, ou “salvar”. Foi o nome próprio de
muitos judeus, mesmo contemporâneos de Cristo, e menos frequentes a partir do
segundo século de nossa era. Do mesmo radical se deriva também o nome “Josué”.
O historiador
Flavio Josefo ou apenas Josefo (em Latim Flavius Josephus; também conhecido pelo
seu nome hebraico Yosef ben Matityahu, menciona em “Work as Christian Vocations Today” (Nova Iorque, Harper and
Brothers, 1954, p. 179), “Vinte personagens com o nome de Jesus. Do ano 35
antes de Cristo, até o 63, depois de Cristo, conhecemos quatro sumo-sacerdotes
chamados Jesus”.
Para corroborar,
ilustra:
Em Atos 7.45 e Hb
4.8 escrevem Jesus falando de Josué. Vejamos os respectivos textos.
1) “Tendo-o recebido, nossos antepassados o levaram sob a liderança de Josué,
quando tomaram a terra das nações que Deus expulsou da presença deles. O
tabernáculo permaneceu até os dias de Davi”;
2) “Ora, se Josué lhes houvesse dado o descanso,
não falaria posteriormente a respeito de outro dia”.
Barrabás (Segundo o
texto bíblico, quando Jesus foi acusado pelos sacerdotes judeus, perante Pôncio
Pilatos, o governador da Judéia, depois de interrogá-lo, não encontrou motivos
para sua condenação. Mas como o populacho, presente ao julgamento, vociferasse
contra o prisioneiro, exigindo sua crucificação, Pilatos mandou flagelá-lo e
depois exibi-lo, ensanguentado, acreditando que a multidão se comoveria. Mas tal
não aconteceu), teve por segundo
nome, Jesus, conforme pode ser visto em Mt. 27:16-17.
“Havia então um preso famoso chamado
Barrabás. Portanto, estando eles reunidos, perguntou-lhes Pilatos: qual quereis
que vos solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?”
Existe ainda
certo Jesus, companheiro de Paulo, citado em Colossenses 4.11.
“E Jesus, chamado justo, os que são da circuncisão. Estes são unicamente
meus cooperadores no reino de Deus, e
para mim tem sido conforto”.
O Mágico,
mencionado por At. 13.6,
“Tendo atravessado toda a ilha até Pafos (cidade da costa Ocidental da ilha de Chipre, que tinha um excelente porto, e que Paulo visitou na
sua Primeira Viagem Apostólica. Lá
estava edificada a residência do
procônsul Sergio Paulo e onde se deu a disputa dele com o mago Élimas, ou Barjesus), aí encontraram certo judeu chamado Barjesus, que era mágico e falso
profeta”.
Segundo Mateus
(1.21) e Lucas (2.21), este nome foi dado ao Filho de Maria por indicação de um
anjo, para expressar que “ele salvará o seu povo dos pecados”.
Vejamos, pois:
a) “Ela dará à luz um filho e o chamarás de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos
seus pecados”;
b) “Completados os oito dias para a circuncisão do menino, foi-lhe dado o nome
de Jesus, conforme o anjo o havia chamado, antes de ser concebido”.
Em síntese,
senhoras e senhores, o nome de Jesus, à luz destes contextos, significa, se
estivermos errados que nos corrijam os entendidos no assunto:
a) Que o filho
por nascer é, verdadeiramente, um filho do povo judeu, no seio do qual ele será
conhecido por um nome familiar a seus conterrâneos. José, seu pai legal, é quem
lhe dará o nome, conforme norma nas famílias israelitas naquele tempo. Jesus é,
pois, um menino entre outros meninos judeus;
b) Que o filho
por nascer será um pródigo, uma exceção, mas o último elo da longa História das
“salvações” outorgadas por Deus a seu povo;
c) Que este
salvador será o Salvador anunciado pelos patriarcas e esperado pelo povo. Ele
não o livrará apenas da fome, da opressão, das zombarias inimigas, mas “dos
seus pecados”.
Diante do que
aqui foi posto podemos concluir que:
O Novo Testamento
indica, que a salvação da qual precisamos não incide apenas na condição
terrena, política, social ou individual de todos nós, antes de tudo. Todavia,
em nossa relação com Deus, tão precária que terá de ser constantemente
restaurada por Cristo.
Finalizando
nossas observações, senhoras e senhores, queremos acrescentar que:
Jesus contemplado
a eficiência de sua obra na Terra, ensinou aos homens, ministrou, enfim, a toda
humanidade, verdades religiosas inquestionáveis e, mais que isso, apresentou,
no âmago, na essência da sua vida, de forma bastante clara e cristalina, o
exemplo perfeito, soberano e incontestável da raça humana.
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3.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De Belo Horizonte, nas Minas Gerais. 4-4-2017
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