sexta-feira, 9 de maio de 2025

Leblon: Predinho colonial dos anos 40 tenta escapar da mira das construtoras e busca tombamento definitivo

Localizado a uma quadra da praia, a construção chama atenção de quem passa pela harmonia da fachada e pelo desenho do jardim

Victor Serra

Moradores do charmoso edifício número 6 da Praça Almirante Belfort Vieira, no Leblon, entraram com pedido de tombamento definitivo da construção, uma das poucas em estilo colonial ainda de pé na região. Construído nos anos 1940, o imóvel é tombado apenas de forma provisória. Esses prédiozinhos são bem comuns na Zona Sul, construídos antes mesmo da valorização imobiliária. Frequentemente, são comprados por inteiro e demolidos, para a construção de novos empreendimentos.

Com o metro quadrado no Leblon ultrapassando os R$ 22 mil (o mais caro do Rio), essas raridades arquitetônicas viraram exceção — e preocupação. O prédio fica no chamado “larguinho” da General San Martin com a Almirante Pereira Guimarães, quase no Jardim de Alah e a uma quadra da praia. A construção chama atenção de quem passa pela harmonia da fachada e pelo desenho do jardim. São apenas três andares e 11 apartamentos de dois e três quartos, entre 75 e 110 m², todos com vaga de garagem. Uma unidade pode custar até R$ 3 milhões. 

Segundo o jornalista Rafael Bokor, especialista em arquitetura antiga, o imóvel segue o estilo neocolonial brasileiro, com um traçado que acompanha a curvatura do terreno. O eixo de simetria da fachada fica exatamente no ponto central da curva, formando uma planta que remete a fase crescente da lua. Ele lembra ainda que o projeto original previa a construção de outros três prédios semelhantes, formando um conjunto arquitetônico ao redor da praça — algo que nunca se concretizou.

Título e Texto: Victor Serra, Diário do Rio, 8-5-2025; Fotos: Rafael Bokor 

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