Senhoras e Senhores Ministros:
Sou um ex-trabalhador da VARIG. Um ex-trabalhador brasileiro, nem melhor, nem pior do que qualquer outro trabalhador brasileiro. O que me diferencia dos meus conterrâneos trabalhadores é o fato de, decorridos cinco anos do fechamento da empresa onde eu trabalhava, até hoje (18 de abril de 2011), ainda não recebi os direitos trabalhistas, os quais eu sempre julguei ser direito pétreo de qualquer trabalhador brasileiro.
Sou um aposentado pelo Instituto AERUS de Seguridade Social. Durante vinte anos, desde a fundação desse Instituto (1982) até à data da minha despedida da Empresa contribuí religiosa, séria e responsavelmente para a complementação da minha aposentadoria oficial. Isto é, poupei durante 240 meses uma parte do meu salário para quando me aposentasse pudesse ter um “salário” que me permitisse, não só a mim mas também aos meus descendentes, a tranquilidade no presente e esperança no futuro. Tranquilidade e Esperança porque capaz de pagar um plano de assistência médico-hospitalar (logo agora que entrei na idade em que mais se precisa dessa assistência), a faculdade do meu filho, o aluguel ou a prestação do apartamento, a manutenção do Fiat… um cotidiano sem atropelos e até com o desfruto de alguns prazeres como a TV a cabo, o celular, a banda larga, o cineminha, a cervejinha…
Há cinco anos nos tiraram tudo isso sob o gelado e tecnicista argumento que a Empresa onde trabalhávamos ou trabalháramos não honrara os seus compromissos financeiros para com esse Instituto. Dias depois ficamos sabendo que a Empresa já vinha há muitos anos não honrando os seus compromissos financeiros. Contando sempre com o aval de um órgão oficial, do Governo Federal, que, julgávamos nós, era um órgão fiscalizador. Que nada! Não fiscalizou, prevaricou e “se mandou” quando a situação ficou insustentável, transferindo a responsabilidade para nós, participantes daquele Fundo. Nós que pagássemos a conta, foi o recado. Mas como assim?? Se fomos nós, justamente nós, os ÚNICOS que sempre honraram os compromissos!?...
A uns, os trabalhadores que estavam na ativa, sumiram-lhes com as poupanças que tinham acumuladas naquele instituto; a outros, os que já estavam aposentados (e pensionistas) sumiram-lhes com 92% do benefício mensal!
E o que têm os senhores ministros a ver com isto tudo?
Com o Passado, nada!
Com o Futuro, tudo!
Está nos HDs dos vossos computadores portáteis o RE 571969, um Recurso Extraordinário impetrado pela saudosa Varig. Vossas Excelências conhecem melhor do que eu a via crucis desse Recurso Judicial. E sabem melhor do que eu que o “resultado” da Ação (de Defasagem Tarifária) foi caucionado ao Instituto Aerus de Seguridade Social como Garantia Real – de pagamento da dívida da Varig para com o Aerus.
Pois é, é essa, sim, a conclusão: está nas mãos de Vossas Excelências empurrar as nossas tábuas até terra firme ou deixar que a contagem prossiga. Já está em 570!
Respeitosos cumprimentos.
Jim Pereira
Ex-Comissário de Vôo na Varig, Aposentado pelo INSS, Prejudicado pelo Aerus, Membro Fundador do Movimento ACORDO JÁ!
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| Em frente à ABI - Associação Brasileira de Imprensa, 29 de novembro de 2009 |
Petição ao STF: entregue no dia 18 de abril de 2011
Excelente Jim. Muito bom. Claro, preciso e simplesmente forte. Espero que eles, Ministros, se sensibilizem com a nossa luta. A sua, a minha luta, a luta do Movimento Acordo Já e a luta de todos.
ResponderExcluirMuito bom.
Obrigado, Paulo!
ResponderExcluirParabéns Jim.
ResponderExcluirMensagem resumida e esclarecedora para relembrar aos Ministros do STF o nosso calvário.
Que esse julgamento aconteça em breve, com decisão favorável aos roubados do Aerus.
Feliz Pascoa.
Baci,
Vera.
De Helvana Simões, por e-mail:
ResponderExcluirJim, eu não teria melhores palavras para me manifestar e pedir que a justiça seja feita. Quem mais poderia ser o responsável por tanta demora e sofrimento, senão aqueles que sentam nas poltronas da justiça. Se essa é a missão de cada um deles, porque deixar que a contagem siga em progressão ascendente? Todos que já morreram sem ver a justiça cumprida, jamais poderão abrir a boca para perdoar a morosidade de quem poderia fazer um final diferente. Quanto mais os nossos "MINISTROS DA JUSTIÇA TERRESTRE" demoram, mais uma alma se eleva ao céu, e com certeza, mais pontos eles vão perdendo com o "MINISTRO DA JUSTIÇA CELESTIAL". Aí eu só posso parafrasear Jesus ao ser pregado na cruz: " Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem". Um abraço, Jim, e obrigada pela sua eterna luta e infinita esperança. Vamos continuar no aguardo até que algum ministro terrestre seja iluminado pelos céus...
Helvana