quinta-feira, 21 de abril de 2011

Piada da geral


Nuno Rogério
Uma anedota assaz imbecil conta que dois homens, intelectualmente menos dotados, guiam numa noite de breu. De repente, o carro fica sem luzes. O condutor para, sai, olha a escuridão ambiente e observa, tranquilizado: “Não há problema, é geral!”
Com a devida vénia, as explicações de Sócrates sobre a crise fazem-me lembrar esta peça de humor duvidoso. Não podemos basear um discurso de Estado sobre a insolvência nacional começando com a gasta ladainha de que lá fora é assim, ou pior. Se fosse verdade não estaríamos no pelotão do fundo, martirizados pelas agências de notação e pelos mercadores, mais próximos da Grécia e da Irlanda do que da Espanha, que parece salvar-se, para já, do buraco, apesar do catastrófico desemprego.
É pena que o PM, à beira do colapso, não tenha espaço para admitir que a crise é, antes de mais, um problema de desconfiança no poder. Um problema de competência e execução. Uma acusação grave de desgoverno. Não uma catástrofe “natural”, ainda por cima importada.
Nuno Rogério, Sábado, nº 362, 7 a 13 de abril de 2011

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