quinta-feira, 21 de abril de 2011

Troika indignada com tolerância de ponto da Função Pública


Os responsáveis do FMI, UE e BCE ficaram «chocados» com o anúncio de tolerância de ponto decretada para esta quinta-feira à tarde pelo Governo de José Sócrates, apurou o SOL.
Depois de uma primeira semana dedicada a recolher as necessidades de financiamento da economia, em que trabalharam no fim-de-semana, os representantes da troika continuam ao mesmo ritmo, incluindo nos feriados. Irão prosseguir o escrutínio do estado das contas públicas portuguesas, depois de ouvirem os partidos políticos, parceiros sociais (sindicatos e patrões) e os bancos.
As reuniões da troika irão continuar para a semana com encontros com diversas entidades, embora o calendário das reuniões não seja conhecido. O grupo quer manter a «discrição», adiantou fonte ao SOL, e não irá fazer quaisquer declarações, estando a ser estudada uma eventual conferência de imprensa no final da visita a Portugal.

Com os parceiros sociais, a troika focou-se sobretudo nos temas da flexibilização laboral. Na esfera dos partidos políticos, o PSD reuniu-se com o grupo na sua sede com uma comitiva constituída por Abel Mateus, Eduardo Catroga Carlos Moedas e Orlando Carriço, tendo Pedro Passos Coelho dito mais tarde que o encontro serviu para avaliar a situação económica e política do país. O CDS também se encontrou com Paul Thomson e restante equipa, esta semana. António Pires de Lima esteve nessa reunião, realizada na sede do CDS. Foi anunciado que ele passará a liderar os centristas nas conversações com os elementos da UE e FMI.
Já o PCP, o BE e Os Verdes recusaram encontros com a troika.
As medidas do plano de ajuda a Portugal só serão conhecidas no final do mês, mas pelas reuniões mantidas com as entidades portuguesas e pela confirmação que o PEC IV será o ponto de partida, é de esperar que a UE e o FMI apostem numa nova subida de impostos com o IVA como hipótese mais provável. A redução e duração do subsídio de desemprego e a aceleração das privatizações também.
Um ponto parece certo: o processo de ajustamento da economia nacional será feito sobretudo na Função Pública.
Luís Gonçalves, Semanário "SOL", 21-04-2011

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