quarta-feira, 13 de abril de 2011

Notícias do Rio Grande do Sul

Foto: AD

Peter Rosenfeld
O RS perdeu muito da grande importância que já teve, graças a um espírito extremamente conservador e, principalmente, à politicagem.
Como já referi em escritos anteriores, não nasci no RS. Nasci em S. Paulo, capital. Minha família chegou ao RS, face aos negócios de meu pai, em 1º de setembro de 1939, no mesmo dia em que começou a triste 2ª Guerra Mundial, que ceifou milhões de vidas e se tornou um dos mais tristes episódios já vividos em nosso planeta.
Devem ter sido tristes aqueles tempos para as famílias alemãs e italianas, numerosas no Estado.
Muitas já se consideravam completamente brasileiras, pois seus antepassados haviam chegado nessas terras há muito tempo. Outras não. Mantinham todos os hábitos trazidos de seus países de origem e a mesma paixão por eles.
Essas sofreram duplamente por isso. Por um lado, em determinado momento, foram impiedosamente caçados pelas autoridades brasileiras, pois muitos eram espiões de fato ou em potencial.
Outras não. Reconheciam a brutalidade de Hitler, Mussolini e de seus seguidores e se revoltaram com a mesma.
Estou certo de que a maioria dos alemães e italianos já havia adotado o Brasil como sua nova pátria; foi o caso de meu pai, que chegando ao Brasil em 1927 requereu e obteve sua naturalização já em 1934.
Em 1939, o RS era seguramente o quarto mais importante Estado brasileiro, depois de São Paulo, Minas Gerais e o Distrito Federal, esse último por sua importância política, como Capital da República.

Era gente séria, honesta, em que o fio de bigode tinha a maior importância e seriedade. Valia tanto ou mais do que qualquer assinatura.
O Estado já tinha histórias de bravura e de coragem, vindas da Guerra dos Farrapos, iniciada porque os gaúchos não concordavam com o que vinha acontecendo na República e dela quiseram separação.
Era gente empreendedora. Foi aqui que se construiu a primeira refinaria de petróleo do Brasil, a Ipiranga, que aos poucos cresceu e prosperou (seu crescimento foi abruptamente interrompido quando, ao ser criada a Petrobrás, o governo proibiu que as duas refinarias já existentes, Ipiranga e Manguinhos, crescessem no refino de petróleo).
Várias indústrias que se projetaram nacionalmente operavam a pleno vapor, o mesmo acontecendo com estabelecimentos comerciais; havia cinco grandes bancos, de importância nacional. Várias empresas de engenharia se projetavam Brasil afora.
O ensino era de primeira qualidade, quer em estabelecimentos do Estado como em escolas privadas.
Mas, e há um mas para tudo, veio a importância da política. Havia gente para tudo! Borges de Medeiros, Flores da Cunha, Raul Pilla, Getúlio Vargas e muitos outros eram figuras de escol. Já referi em textos anteriores o prazer que eu tinha como jovem de freqüentar a Assembléia Legislativa, após a redemocratização do Pais, para ouvir os discursos e assistir aos debates.
Políticos cultos, grandes oradores, discutindo inteligentemente, cada um defendendo seu ponto de vista ou sua teoria. Realmente eram grandes aulas e era um grande prazer.
A partir de 1946, com a redemocratização, tudo mudou. Quando digo tudo, é tudo mesmo!
A qualidade, a honradez, a seriedade dos políticos parecem ter embarcado em um tobogã...
A politicagem baixa, rasteira, interesseira, corrupta, tomou conta. E a coisa era tão escancarada que um Secretário de Estado foi apelidado, e só era designado, como “roubeiro”. Todos sabiam que roubava. Seu chefe de então, governador do estado, triste figura na política gaúcha, compactuava.
O Estado nunca arribou. Está falido. Certamente é o Estado com a maior percentagem de aposentados entre os Estados da União. E esse problema não tem solução.
Também com certeza é o Estado em que mais greves de professores houve. Movimentos daninhos, com reivindicações absurdas. Parece que os dirigentes do sindicato da categoria não querem a capacitação profissional de seus afiliados, como o demonstra o terceiro item de suas atuais reivindicações: “Não à meritocracia”. Outro item, igualmente revelador do caráter de seus dirigentes: “Não às privatizações e terceirizações no serviço público e não à municipalização do ensino”. Outra jóia: “Garantia da gestão democrática da escola com eleição de diretores”.
Puramente político, como se vê. Não só político como ditatorial.
Como meio gaúcho que me considero (a outra metade é carioca...), tenho pena do RS.
E o governador recém-empossado, ex-ministro de quase tudo no governo do Sr. da Silva, que concedeu asilo ao italiano terrorista Batisti, que repatriou de um dia para outro dois atletas cubanos que queriam asilo no Brasil, apologista da maconha, certamente fará o possível para afundar ainda mais o RS, talvez criando aqui uma sucursal do Foro de São Paulo.
Como dizia o governador gaúcho, Leonel de Moura Brizola, de tão triste lembrança aqui no RS e, principalmente, no Rio de Janeiro, “mingau se come pelas beiradas”.
O mingau do comunismo no Brasil está sendo comido pela beirada aqui no RS.
Talvez, com minha já provecta idade, não estarei vivo quando isso acontecer.
Mas certamente acontecerá.
Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre (RS), 13 de abril de 2011
ET: Acabo de ler em jornal local que o “democrata” Tarso Genro pretende instalar no Rio Grande do Sul um “Conselho de Comunicação” (ou nome parecido) que vem a ser o que o governo federal sob o Sr. da Silva, na época em que o Sr. Tarso Genro era Ministro da Justiça e o Sr. Franklin Martins (o Goebbels tupiniquim) Ministro da Propaganda, tentaram instalar no Governo Federal. Interessante, não?

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