sexta-feira, 15 de abril de 2011

A liberdade de distorção. Ou: a imprensa como alto-falante de Lula (Mas, a corporação quer a volta da exigência de diploma)

É inaceitável que certas versões prosperem a despeito dos fatos. O que foi que FHC afirmou em seu artigo? Isto que vai em azul:
Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.
Aí leio na Folha Online o que escreve Daniela Lima:
Na segunda agenda pública desta quinta-feira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), minimizou o teor das declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à revista “Interesse Nacional”, em que defende uma revisão profunda da estratégia do PSDB para voltar ao poder e propõe que desistam do “povão” para investir na nova classe média.
É um achincalhe da inteligência, nada menos do que isso. Vocês verão, na seqüência, que Alckmin “não minimizou” nada, a menos que a Folha de S. Paulo tenha criado um dicionário próprio. Mais: onde e que está escrito, no texto do ex-presidente, que ele propõe que o PSDB “desista” do povão? Cadê o verbo “desistir”? Não está nem mesmo sugerido. O ex-presidente se refere, como é óbvio a qualquer pessoa medianamente alfabetizada e sem má-fé (são necessárias as duas coisas), que não adiante fazer uma disputa de discursos numa clientela aparelhada pelo governo, por meio dos sindicatos e movimentos sociais. Ironicamente, FHC também se refere à influência do governo na mídia, não é mesmo? Pois é…

Agora Alckmin
Para a repórter da Folha, Alckmin tentou “minimizar” o que disse o ex-presidente. Leiam:
Segundo Alckmin, FHC é o responsável pela criação da rede de proteção social que viabilizou a melhoria de vida da população carente. “Acho que a declaração do ex-presidente foi tirada do contexto e houve uma avaliação equivocada. Ele é o grande responsável pela inclusão social no Brasil.”
Não, moça! Alckmin está dizendo que a sua “interpretação” — porque não passa disso — da fala de FHC está incorreta. Tanto FHC não é hostil ao “povão” que foi seu governo que deu início aos programas sociais, o que é verdade. Aceito debater com Daniela ou qualquer outro na Folha o sentido do verbo “minimizar”. O governador estaria minimizando se dissesse que o ex-presidente, com efeito, recomendou ao tucanato quye se afastasse do povão, mas que isso não é assim tão grave… Contestar, repudiar, negar uma interpretação não é sinônimo de “minimizar”.
São dias difíceis esses. Isso é jornalismo de agenda, de opinião, disfarçado de informação objetiva. Não por acaso, a interpretação da repórter da Folha coincide com a de Lula, expressa em Londres, onde foi ganhar uma bolada da Telefonica.
PS - “E você? Não opina?” Opino! Sempre! Todo leitor sabe disso e entra neste blog para ler a minha opinião. Não engano ninguém. Há quem venha aqui só para discordar de mim. MAS ATENÇÃO! OPINO SEMPRE USANDO FATOS! E NÃO É FATO, DANIELA, QUE FHC RECOMENDOU QUE O PSDB “DESISTA” DO POVÃO!
Reinaldo Azevedo

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