Portugal teve uma capacidade líquida de financiamento equivalente a
0,4% do PIB no ano passado, o que não acontecia, pelo menos, desde 1995. A
subida das exportações e a queda das importações foi determinante para esta
evolução.
A economia portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento de 0,4% do PIB no ano passado, o que compara com uma necessidade de financiamento de 5,6% do PIB em 2011, de acordo com o relatório divulgado esta segunda-feira, dia 11 de Março, pelo Instituto Nacional de Estatística referente às contas nacionais.
Este dado ganha relevância
pois é a primeira vez que acontece na economia portuguesa desde, pelo menos,
1995 (início da actual série do INE). Este indicador resulta da soma dos saldos
da balança corrente e da balança de capital e, como tem sinal positivo, indica
que a economia portuguesa teve capacidade para financiar o resto do mundo no
ano passado.
Esta melhoria nas contas
externas de Portugal reflecte sobretudo a evolução no saldo da balança
comercial (que faz parte da balança corrente), já que as importações têm
registado um decréscimo significativo e as exportações continuam a aumentar.
Apesar do abrandamento
registado no ano passado, as exportações cresceram 3,3% em 2012 (contra um
aumento de 7,2% em 2011) e as importações caíram 6,9% (depois de terem recuado
5,9% em 2011). Esta evolução resultou num défice da balança comercial de 0,5%
do PIB no ano passado.
Além desta melhoria no saldo
externo de bens e serviços, o INE salienta ainda “que se verificou um aumento
do saldo das transferências de capital e do saldo das transferências
correntes”.
As expectativas do Banco de Portugal apontam para que este ano o saldo da balança comercial portuguesa seja positivo, o que tenderá a melhorar ainda mais a capacidade de financiamento da economia portuguesa.
As expectativas do Banco de Portugal apontam para que este ano o saldo da balança comercial portuguesa seja positivo, o que tenderá a melhorar ainda mais a capacidade de financiamento da economia portuguesa.
Muitos economistas têm
salientado que o equilíbrio das contas externas de Portugal é um dos factores
mais positivos do processo de ajustamento da economia nacional desde o pedido
de ajuda externa. Em 2008, a economia portuguesa apresentava uma necessidade de
financiamento equivalente a mais de 10% do PIB, sendo que nos dois anos
seguintes permaneceu em valores próximos de 8% do PIB.
Os dados do quarto trimestre
são ainda mais positivos que os do conjunto de 2012. Segundo o INE, a economia
portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento de 4% do PIB nos
últimos três meses de 2012, quando no terceiro trimestre se tinha situado em
0,5% do PIB. “Este resultado deveu-se sobretudo à evolução do saldo de
rendimentos primários, tendo-se também verificado um aumento do saldo das
transferências correntes e do saldo das transferências de capital”, salienta o
INE.
O défice comercial foi de 0,2%
do PIB no quatro trimestre (apesar de neste período as exportações até terem
descido 0,5%), igualando o registo dos dois meses anteriores.
Título e Texto: Nuno
Carregueiro, Jornal de Negócios, 11-03-2013
Capacidade ou a necessidade de financiamento, segundo o INE
A capacidade ou a necessidade
de financiamento do total da economia é igual à soma das capacidades ou
necessidades de financiamento dos sectores institucionais. É o montante líquido
dos recursos que o total da economia coloca à disposição do resto do mundo (se
for positivo) ou que recebe do resto do mundo (se for negativo). A capacidade
ou a necessidade de financiamento do total da economia é igual, mas de sinal
contrário, à necessidade ou à capacidade de financiamento do resto do mundo.
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