quarta-feira, 27 de março de 2013

"Por que a Direita perde no Brasil?"

Francisco, sob o título “Por que a Direita perde no Brasil?”, Emir Sader escreveu no portal Carta Maior, no dia 24 de março, um texto cujo excerto colei abaixo. O que nos diz sobre esse panfleto?
 
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Lula veio para desmontar esses diagnósticos. O Estado mínimo favoreceu a centralidade do mercado e, com ela, a exclusão social e a concentração de renda, pela falta de proteção que politicas sociais levadas a cabo pelo Estado poderiam levar adiante.
O sucesso dos governos Lula e Dilma deixa desarmados e desconcertados os próceres – partidários e midiáticos – da direita. A crise do capitalismo iniciada em 2008 e que segue sem hora para acabar, gerou um novo consenso na necessidade de intervenção anticíclica do Estado. A capacidade de resistência dos governos progressistas da América Latina pela prioridade das políticas sociais, dos processos de integração regional e dos intercâmbios Sul-Sul, e pela recuperação do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia das dos direitos sociais da maioria – terminou de desarvorar a direita e deixá-la sem plataforma e sem alternativas.
Os candidatos que buscam uma brecha para se projetar – sejam Serra, Heloisa Helena, Alckmin, Marina, Plínio, Aécio, Eduardo Campos – se situam à direita do governo. Não conseguem reconhecer o extraordinário processo de democratização social que o país vive há mais de 10 anos. Ou tentam aparecer como seus continuadores – como na primeira parte da campanha do Serra em 2010 –, ou desconhecem o novo panorama social brasileiro e atacam o Estado – de forma direta, como o Alckmin em 2006, ou de forma indireta, com a centralidade do combate à corrupção, outra forma do diagnóstico de que o problema do Brasil é o Estado ou ainda na temática ecológica com a visão de que a “sociedade civil” é alternativa ao Estado, como a Marina.
Assim, a direita perdeu em 2002, 2006, 2010, e tem todas as possibilidades de seguir perdendo em 2014 e depois também. Porque não entende o Brasil contemporâneo, seu diagnóstico ainda é o neoliberal.

Jim,
Emir Sader e o pasquim vermelho “Carta Capital” são porta-vozes dos socialistas estalinistas e marxistas que se autointitulam de “esquerda”. Portanto, todo aquele que discordar de suas ideias, métodos e políticas é automaticamente, por antagonismo, chamado por eles de “direita”. E com satisfação que me incluo entre estes. Assim, historicamente, os liberais da escola econômica austríaca e assemelhadas são as forças ideológicas que se opõem ao estatismo e, principalmente ao capitalismo estatal. Da mesma forma, a dialética gramscista criou, entre outras expressões, a de “neoliberalismo” como se houvesse agora um liberalismo diferente do que sempre existiu, o que não deixa de ser uma incongruência entre as muitas geradas pela dialética materialista.
Ora, chamar José Serra, Heloisa Helena, Alckmin, Marina, e outros do mesmo jaez de “direita” é não só uma mistificação completa como também uma peça dialética enganadora típica dos socialistas. São todos igualmente socialistas, porém como discordam do método e dos meios do lulopetismo, são em princípio jogados na vala comum da “direita” pelo simples fato de serem contra o estado máximo e contra o estado mínimo, mas a favor do “estado necessário”. O engraçado é que outras formas de socialismo, como o fascismo e o nazismo, são igualmente chamados de “direita”, quando preconizam basicamente a mesma coisa que os demais socialistas.
Ele fala num “sucesso dos governos Lula e Dilma”, alegando “distribuição de renda” aos mais pobres, quando, na verdade, o que trouxe estabilidade política e econômica ao país foi o plano real, um conjunto de políticas monetárias, marcadamente liberal (que eles chamam de ‘neo’-liberal) e os programas de FHC para ajudar as famílias mais pobres com a contrapartida de manterem seus filhos na escola – contrapartida essa que hoje os partidários da escoriocracia socialista, populista, e demagógica sequer exigem mais, transformando as ‘bolsas-tudo’ em mera compra de votos a preço módico, preço esse que os petistas e sua “base alugada” se dispõem a pagar com dinheiro público desviado pela corrupção endêmica que assola o país.
A crise do capitalismo iniciada em 2008, produzida a partir do capitalismo estatal americano que começou a crescer no governo Clinton e principalmente europeu foi a deixa para que o estado tupiniquim, entrincheirado na “ilha da fantasia” de Brasília, que já era pesado para o cidadão carregar, se hipertrofiasse ainda mais, chegando aos píncaros de hoje, sob a orientação do Foro de São Paulo.
Assim, o que os socialistas chamam de “governos progressistas” da América Latina e de “políticas sociais” corresponde ao crescimento do seu capitalismo estatal, o que tem criado uma crescente insegurança jurídica para o setor privado, em última análise, o grande gerador de renda e trabalho em qualquer país. Falam e exaltam um relacionamento Sul-Sul, em combate direto aos programas de livre comércio continental e mundial.
Arvoram-se em alegar que o estado centralizador é indutor do crescimento econômico e garantia das dos direitos sociais da maioria, coisa que, na prática, nunca aconteceu. Pelo contrário, graças ao populismo demagógico e ao capitalismo de estado, o povo é sangrado impiedosamente em troca de serviços públicos indecentes, quando existentes, e os países latino-americanos que experimentam o socialismo estão pastando na imobilidade e na estagnação, quando não estão já em queda livre, como ocorre com a Argentina, a Bolívia, o Equador e a Venezuela.
No Brasil, os que são contra o “SUCIALISMO” (socialismo de súcia, de quadrilheiros, de clientelistas) são taxados como sendo de “direita”, mesmo que sejam socialistas não como eles, mas moderados e bem-intencionados, também em busca de uma meritocracia estatizada, como ocorre na península escandinava.
Acontece que lá, a escolaridade e o índice de desenvolvimento humano (IDH) da cidadania é altíssimo, coisa que ainda estamos longe de ter por aqui.
Como nos ensina Thomas Jefferson, o estado é um mal necessário e só há um modo eficaz de evitar que se hipertrofie indefinidamente: lutar por um federalismo de fato e de direito, com descentralização administrativa, política e econômica, transferindo aos estados e municípios os centros de decisão, deixando a União com suas poucas embora importantes funções nacionais, das quais não consegue se desempenhar a contento, mesmo arrecadando uma das maiores cargas tributárias do planeta.
Os socialistas não vão descansar enquanto não eliminarem as soluções liberais que tiraram o país da hiperinflação e o puseram nos trilhos do desenvolvimento. Já estão quase a ponto de conseguir tal malefício, com o país já dando sinais de estagnação econômica e degeneração política com a transformação da nação numa república de fancarias ao longo da última década.
Francisco Vianna, 27-03-2013

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