Francisco, sob o título “Por que a Direita perde no Brasil?”, Emir Sader
escreveu no portal Carta Maior, no dia 24 de março, um texto cujo excerto colei abaixo. O que nos diz sobre esse panfleto?
(…)
Lula veio para desmontar esses
diagnósticos. O Estado mínimo favoreceu a centralidade do mercado e, com ela, a
exclusão social e a concentração de renda, pela falta de proteção que politicas
sociais levadas a cabo pelo Estado poderiam levar adiante.
O sucesso dos governos Lula e
Dilma deixa desarmados e desconcertados os próceres – partidários e midiáticos
– da direita. A crise do capitalismo iniciada em 2008 e que segue sem hora para
acabar, gerou um novo consenso na necessidade de intervenção anticíclica do
Estado. A capacidade de resistência dos governos progressistas da América
Latina pela prioridade das políticas sociais, dos processos de integração
regional e dos intercâmbios Sul-Sul, e pela recuperação do Estado como indutor
do crescimento econômico e garantia das dos direitos sociais da maioria –
terminou de desarvorar a direita e deixá-la sem plataforma e sem alternativas.
Os candidatos que buscam uma
brecha para se projetar – sejam Serra, Heloisa Helena, Alckmin, Marina, Plínio,
Aécio, Eduardo Campos – se situam à direita do governo. Não conseguem
reconhecer o extraordinário processo de democratização social que o país vive
há mais de 10 anos. Ou tentam aparecer como seus continuadores – como na
primeira parte da campanha do Serra em 2010 –, ou desconhecem o novo panorama
social brasileiro e atacam o Estado – de forma direta, como o Alckmin em 2006,
ou de forma indireta, com a centralidade do combate à corrupção, outra forma do
diagnóstico de que o problema do Brasil é o Estado ou ainda na temática
ecológica com a visão de que a “sociedade civil” é alternativa ao Estado, como
a Marina.
Assim, a direita perdeu em
2002, 2006, 2010, e tem todas as possibilidades de seguir perdendo em 2014 e
depois também. Porque não entende o Brasil contemporâneo, seu diagnóstico ainda
é o neoliberal.
Jim,
Emir Sader e o pasquim
vermelho “Carta Capital” são porta-vozes dos socialistas estalinistas e
marxistas que se autointitulam de “esquerda”. Portanto, todo aquele que
discordar de suas ideias, métodos e políticas é automaticamente, por
antagonismo, chamado por eles de “direita”. E com satisfação que me incluo
entre estes. Assim, historicamente, os liberais da escola econômica austríaca e
assemelhadas são as forças ideológicas que se opõem ao estatismo e, principalmente
ao capitalismo estatal. Da mesma forma, a dialética gramscista criou, entre
outras expressões, a de “neoliberalismo” como se houvesse agora um liberalismo
diferente do que sempre existiu, o que não deixa de ser uma incongruência entre
as muitas geradas pela dialética materialista.
Ora, chamar José Serra,
Heloisa Helena, Alckmin, Marina, e outros do mesmo jaez de “direita” é não só
uma mistificação completa como também uma peça dialética enganadora típica dos
socialistas. São todos igualmente socialistas, porém como discordam do método e
dos meios do lulopetismo, são em princípio jogados na vala comum da “direita”
pelo simples fato de serem contra o estado máximo e contra o estado mínimo, mas
a favor do “estado necessário”. O engraçado é que outras formas de socialismo,
como o fascismo e o nazismo, são igualmente chamados de “direita”, quando
preconizam basicamente a mesma coisa que os demais socialistas.
Ele fala num “sucesso dos
governos Lula e Dilma”, alegando “distribuição de renda” aos mais pobres,
quando, na verdade, o que trouxe estabilidade política e econômica ao país foi
o plano real, um conjunto de políticas monetárias, marcadamente liberal (que
eles chamam de ‘neo’-liberal) e os programas de FHC para ajudar as famílias
mais pobres com a contrapartida de manterem seus filhos na escola –
contrapartida essa que hoje os partidários da escoriocracia socialista,
populista, e demagógica sequer exigem mais, transformando as ‘bolsas-tudo’ em
mera compra de votos a preço módico, preço esse que os petistas e sua “base
alugada” se dispõem a pagar com dinheiro público desviado pela corrupção
endêmica que assola o país.
A crise do capitalismo
iniciada em 2008, produzida a partir do capitalismo estatal americano que
começou a crescer no governo Clinton e principalmente europeu foi a deixa para
que o estado tupiniquim, entrincheirado na “ilha da fantasia” de Brasília, que
já era pesado para o cidadão carregar, se hipertrofiasse ainda mais, chegando
aos píncaros de hoje, sob a orientação do Foro de São Paulo.
Assim, o que os socialistas
chamam de “governos progressistas” da América Latina e de “políticas sociais”
corresponde ao crescimento do seu capitalismo estatal, o que tem criado uma
crescente insegurança jurídica para o setor privado, em última análise, o
grande gerador de renda e trabalho em qualquer país. Falam e exaltam um
relacionamento Sul-Sul, em combate direto aos programas de livre comércio
continental e mundial.
Arvoram-se em alegar que o
estado centralizador é indutor do crescimento econômico e garantia das dos
direitos sociais da maioria, coisa que, na prática, nunca aconteceu. Pelo
contrário, graças ao populismo demagógico e ao capitalismo de estado, o povo é
sangrado impiedosamente em troca de serviços públicos indecentes, quando
existentes, e os países latino-americanos que experimentam o socialismo estão
pastando na imobilidade e na estagnação, quando não estão já em queda livre,
como ocorre com a Argentina, a Bolívia, o Equador e a Venezuela.
No Brasil, os que são contra o
“SUCIALISMO” (socialismo de súcia, de quadrilheiros, de clientelistas) são
taxados como sendo de “direita”, mesmo que sejam socialistas não como eles, mas
moderados e bem-intencionados, também em busca de uma meritocracia estatizada,
como ocorre na península escandinava.
Acontece que lá, a
escolaridade e o índice de desenvolvimento humano (IDH) da cidadania é
altíssimo, coisa que ainda estamos longe de ter por aqui.
Como nos ensina Thomas
Jefferson, o estado é um mal necessário e só há um modo eficaz de evitar que se
hipertrofie indefinidamente: lutar por um federalismo de fato e de direito, com
descentralização administrativa, política e econômica, transferindo aos estados
e municípios os centros de decisão, deixando a União com suas poucas embora
importantes funções nacionais, das quais não consegue se desempenhar a
contento, mesmo arrecadando uma das maiores cargas tributárias do planeta.
Os socialistas não vão
descansar enquanto não eliminarem as soluções liberais que tiraram o país da
hiperinflação e o puseram nos trilhos do desenvolvimento. Já estão quase a
ponto de conseguir tal malefício, com o país já dando sinais de estagnação
econômica e degeneração política com a transformação da nação numa república de
fancarias ao longo da última década.
Francisco Vianna, 27-03-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-