sábado, 23 de março de 2013

Mas, parece que os brasileiros estão mais revoltados com um pastor, com o que ele diz ou deixa de dizer...

O título é deste editor, os excelentes textos são de Reinaldo Azevedo publicados hoje no seu blogue.

Nós pagamos parte das despesas geradas pelo lobista Lula
Luiz Inácio Apedeuta — mas burro jamais! — da Silva é hoje um misto de líder político e lobista muito bem-sucedido. O que o distingue de Zé Dirceu é uma condenação em última instância por corrupção ativa e formação de quadrilha. Eles têm dimensões distintas, é certo, mas, hoje em dia, a mesma profissão.

Não é só ex-presidente que gera despesas ao Estado. Estas estão previstas em lei: oito funcionários entre motoristas, assessores e seguranças. O lobista Lula, revelam Fernando Mello e Flávia Foreque na Folha de hoje, também gera custos aos cofres do Estado. Suas andanças mundo afora como facilitador de negócios de grandes empresas, pesam no bolso dos brasileiros. Leiam trecho da reportagem:

O governo brasileiro também teve gastos com as viagens privadas ao exterior feitas pelo ex-presidente Lula. Ontem, a Folha revelou que 13 de suas 30 viagens ao exterior após sair do cargo foram bancadas por empreiteiras com interesses nos países visitados, conforme telegramas obtidos via Itamaraty. Em parte dessas viagens, Lula recebeu apoio de embaixadas, por meio de funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para acompanhá-lo. Há também pagamento de almoços e aluguéis de material para a comitiva. Segundo advogados e procuradores da República, gastos não previstos na legislação podem gerar ações para ressarcir os cofres públicos.

A lei que trata dos direitos de ex-presidentes não prevê apoio diferenciado no exterior —como no Brasil, são previstos oito assessores pagos pelo governo, como seguranças e motoristas. Mas a tradição diplomática costuma considerar isso uma cortesia. Em algumas viagens de Lula ao exterior, o Itamaraty designou diplomatas do alto escalão para acompanhá-lo. Foi o que ocorreu em viagem de Lula a Moçambique e África do Sul, em 2012, quando o embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral para África e Oriente Médio, foi o encarregado da tarefa.
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Dilma perde o senso de ridículo e emite nota sobre as viagens de Lula, o lobista. É o fim da picada!
A presidente Dilma Rousseff perdeu o senso de ridículo e divulgou uma nota sobre as viagens de Lula custeadas por empreiteiras. E olhem que ainda não tinha vindo a público a informação de que isso não sai a custo zero aos cofres brasileiros, não. O Babalorixá de Banânia, embora não esteja representando oficialmente o Brasil, recebe das embaixadas no país no exterior tratamento de chefe de estado, com deslocamento de diplomatas e coisa e tal.

Pois bem. Quando Dilma divulgou a nota — e ela é presidente da República, pombas! —, tratava-se apenas de uma reportagem sobre um ser privado chamado Luiz Inácio Lula da Silva. O que a presidente tem com isso? Ex-presidente da República não é governo, ora essa! Os dois são do mesmo partido, é fato; ela o sucedeu, também é fato. Mas isso não a obriga e menos ainda a autoriza e emitir nota. E ainda em tom todo indignado: “Eu me recuso a entrar nesse tipo de ilação sobre o presidente Lula. O presidente Lula tem o respeito de todos os chefes de Estado da África e deu grande contribuição ao país nessa área”. Pode se recusar! Até então, que saiba, ninguém havia pedido a sua opinião. Ainda bem que a imprensa é livre, né?
Ele já é bem grandinho, tem uma equipe imensa à sua disposição, porta-vozes em penca e pode falar por si mesmo.

Dilma agora deveria soltar nota oficial em nome da Presidência da República explicando por que o Brasil arca com parte dos custos das viagens do lobista Lula. Ou estará ele acima das leis, além de estar, segundo querem os petistas, acima das reportagens?

Lula lobista – “É indecoroso”, diz Aloysio Nunes
Na Folha:
A oposição acusou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de misturar interesses nacionais e empresariais ao viajar ao exterior bancado por empreiteiras. “Se ele quer fazer lobby, que receba honorários para isso. Feito por baixo dos panos é indecoroso. O problema é confundir o interesse de uma empresa com os interesses do país”, disse o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP).
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O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), cobrou explicações de Lula sobre as viagens. “O Brasil aguarda que o ex-presidente revele qual a remuneração que recebeu para fazer lobby em favor de empreiteiras brasileiras. No Brasil, essas empresas de construção pesada costumam ter centenas de contratos com o governo federal, e este, por sua vez, financia algumas delas em projetos no exterior.”
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), “fica a impressão de benefícios governamentais retribuídos com vantagens posteriores ao mandato. É importante que o ex-presidente esclareça isso”

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