quarta-feira, 20 de março de 2013

Atos da natureza

Peter Rosenfeld
Mais uma vez algumas regiões do Brasil, notadamente o Estado do Rio de Janeiro, são brutalmente atingidas por violentos atos da natureza, com a destruição de casas e de alguns estabelecimentos comerciais e de pesados danos pessoais a famílias inteiras.
A morte de pessoas não é novidade. Sempre há os que soçobram, alguns simplesmente desaparecendo, outros sendo levados pela água para locais absolutamente inesperados.
Estradas e pontes são destruídas, sem mencionar casas e estabelecimentos comerciais.
A reação das autoridades (quase seria de dizer “otoridades"...!) é sempre pungente: imediatamente prometem toda a sorte de ajuda, fazem de conta que estão extremamente consternados!
E o que de fato acontece?
Absolutamente nada! As promessas não passam disso: promessas.
Estamos no reino do faz-de-conta.
Em certa parte da serra do Rio de Janeiro, os governos locais se comprometeram a instalar sistemas de som que seriam acionados sempre que houvesse o perigo de alguma catástrofe da natureza!
Na maioria dos municípios, a promessa se transformou em... promessa! Nada foi feito.
E nos poucos casos em que o município cumpriu com o prometido, não adiantou muito; poucas vidas foram salvas, sendo os bens materiais totalmente perdidos.
Será que nada pode ser feito para evitar essas catástrofes?
Em princípio pode-se afirmar que contra atos da natureza, especialmente os totalmente inusitados, nada pode ser feito.
Temos o exemplo da cidade de Nova Orleans, a maior cidade do estado de Louisiana, nos EUA, que foi brutalmente danificada, virtualmente destruída em agosto de 2005 por um furacão (batizado de Katrina) completamente inusitado e, por isso, inesperado. Causou a morte de 1.800 pessoas.
Pelo que li, existe uma ameaça de um novo furacão se abater sobre a cidade.
E, penso, não há muito que possa ser feito para evitar os estragos de um furacão, qualquer furacão dessa magnitude, ainda mais em uma cidade absolutamente plana, o que não é o caso das cidades na serra do Rio de Janeiro.
As famosas (para mim, tristemente famosas) favelas do Rio de Janeiro também são extremamente frágeis no que se refere a suportar catástrofes da natureza; felizmente, tais catástrofes acontecem muito raramente, o que leva a que cada vez mais se construam favelas nos morros.
Mas na serra carioca é mais do que sabido que  esses fenômenos são repetitivos; logo, as autoridades têm absoluta obrigação de evitar quaisquer construções em zonas de perigo.
E é exatamente isso que não é feito!
De nada adiantam as visitas de Presidentes da República, Ministros, Governador, etc., a essas áreas, fazendo promessas de ajuda. Sequer têm qualquer efeito moral, pois se sabe que nada acontecerá (corrijo: a única coisa que acontecerá é que não haverá ajuda efetiva; só haverá palavras e frases de efeito na hora, nada mais!).
Para finalizar, mudo de assunto!
Não posso deixar de lamentar (mais uma vez!) não só a troca contínua de ministros pela Presidente Sra. Rousseff como a enorme quantidade deles (39!), resultado do fato de termos incontáveis (repito, incontáveis) partidos políticos sem qualquer expressão.
Esses partidos somente existem porque são sustentados pelo dinheiro, por nosso dinheiro.
Com toda a certeza, a proclamada Constituição Coragem (como a batizou o Dep. Ulysses Guimarães em sua proclamação em 05 de outubro de 1988), ou também Constituição Cidadã, jamais o foi.
Permitiu, e continua permitindo, a existência desses absurdos (quase permitindo que se diga a existência de partidos do eu sozinho).
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre, 20 de março de 2013

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